Surgimento e história da comunicação escrita
Até meados do século XV a comunicação escrita através de cartas, panfletos e livros, já era uma prática social bem estabelecida de há pelo menos, dois mil anos.
O objectivo maior da comunicação escrita (a sua finalidade) é dizer algo que se julga importante a um interlocutor (numa carta) ou a muitos (em panfletos e livros, entre outros).
A criação e o uso da escrita como tecnologia de comunicação surgem quando os homens deixam de ser nómadas e passam a ocupar de forma mais permanente espaços determinados onde passam a desenvolver actividades agrícolas. Se até então o homem dependia profundamente de sua memória para preservar os acontecimentos, passa agora a saber sobre fatos passados a partir de seus registos, libertando assim a mente humana do esforço de recordar. A ligação com o desenvolvimento da agricultura é tamanha, tanto que a palavra página vem do latim pagus, que significa o campo do agricultor.
Contrariando as sociedades orais, onde havia o predomínio da repetição e a consequente necessidade de memorização, na sociedade da escrita passa a haver a necessidade de compreensão do que está sendo comunicado graficamente. Passa a existir, conforme indicado na figura anterior, uma distância entre a pessoa que escreve e a que lê e interpreta o escrito, ou seja, é preciso conhecimento do código para então compreendê-lo.
Assim, a oralidade, independentemente da inserção de novas outras formas de linguagem, encontra amparo na naturalidade de seu desenvolvimento, e por isso se conjuga às outras formas de comunicação. Potencialmente, é preciso que haja entendimento que “a escrita, ao separar as mensagens das situações onde são usados e produzidos os discursos, suscita a ambição teórica e as pretensões à universalidade”.
A complexidade dos códigos da escrita e o domínio das representações alfabéticas criam uma hierarquia social, da qual são excluídos todos os iletrados, os analfabetos”. Assim, a escrita desempenha papel de reorientação das estruturas sociais, à medida que legitima e valoriza o conhecimento como mecanismo de poder e ascensão social.
Os primeiros registos do pensamento humano foram encontrados em materiais como paredes de cavernas, ossos, pedras e peles de animais. No decorrer do processo histórico, muitos outros materiais foram empregados como suporte para a escrita, até chegarmos ao papel. Este, como conhecemos, é uma invenção chinesa, produzida há mais de dois mil anos. A disseminação da produção de papel, em meados do século XIII, produziu forte estímulo à escrita, e, consequentemente, à produção literária que tem o seu ápice com a invenção dos moldes de composição tipográfica usados na confecção de tipos móveis em metal, por Gutemberg, em 1450.
Conceito da Comunicação Escrita
A comunicação é uma ferramenta indispensável no contexto da assistência, sendo a forma escrita amplamente utilizada nas actividades educativas.
A comunicação é um processo de compreender, compartilhar mensagens enviadas e recebidas, sendo que as próprias mensagens e o modo como se dá o intercâmbio exercem influência no comportamento das pessoas nele envolvidas, a curto, médio e longo prazo. A comunicação pode ser verbal e não verbal. A verbal refere-se ao uso da linguagem falada e da escrita; a não verbal expressa-se através da postura, dos gestos, da expressão facial, do tom de voz, do afecto, contacto visual.
O processo da comunicação é aprendido e pode ser influenciado por atitudes, experiências, conhecimento, características culturais e étnicas, habilidades de relacionamento pessoal e factores ambientais. O acto de comunicar-se compreende, não apenas o movimento linear de uma fonte ao receptor, mas o processo de partilha de ideias, atitudes e emoções. O objectivo do processo de comunicação é a transmissão de uma mensagem que é constituída por seis elementos: emissor, receptor, mensagem, canal, código e referente.
A comunicação e a escrita
O material escrito é um instrumento que facilita o processo educativo uma vez que permite ao leitor, destinatário da comunicação, uma leitura posterior possibilitando-lhe a superação de eventuais dificuldades, através do processo de decodificação e de rememorização.
O vocabulário utilizado deve ser coerente com a mensagem e com o público-alvo. Deve ainda ser convidativo, de fácil leitura e entendimento.
Vantagens e desvantagens da Comunicação Escrita
Como todo meio de comunicação, a comunicação escrita tem suas vantagens e desvantagens.
Vantagens
O custo da produção por unidade que é relativamente baixa;
O papel complementar eficaz de outros meios de comunicação;
A confiança que se tem devido ao prestígio e seriedade do autor;
A assimilação da mensagem que se dá no ritmo de aprendizagem individual, podendo-se ler tantas vezes quantas forem necessárias.
Desvantagens
- É impessoal, não podendo ter a mesma eficácia que a comunicação interpessoal, nem o mesmo valor social que os métodos de grupo;
- Requer considerável esforço e dedicação para uma distribuição eficiente;
- Apresenta dificuldades para se avaliar o seu impacto em decorrência da difusão massiva.
- Tipos de comunicação escrita
- Carta pessoal - Esta carta, bilhete ou recado é trocada entre parentes e amigos.
A sua característica mais importante é a informação: é necessário que o remetente consiga ser entendido. Local e data, saudação e assinatura são elementos obrigatórios para garantia das identificações necessárias, tudo o resto é livre.
Carta social - É a que é trocada entre pessoas amigas, mas sem grande intimidade, principalmente para apresentar felicitações ou pêsames e fazer convites e comunicados. Trata -se de carta com objectivo claro e, ao menos teoricamente, assunto único. O remetente deve estar atento, portanto, para não ultrapassar esse objectivo, misturando assuntos.
Telegrama – É empregue para envio de mensagens curtas de maneira rápida.
Redacção Técnica - Neste tipo de texto, o aspecto pessoal é secundária e prevalece a clareza, a lógica, a concisão, de fácil leitura e de precisão das ideias.
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