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O Ser e seu Significado

Características do ser

Aristóteles caracteriza-o de três maneiras, a saber:
I. O ser expressa originalmente uma “multiplicidade de significados”. Apesar disso, os significados do ser não são equivocas e ainda continuam na univocidade, porém o ser encontra-se numa dimensão intermediar entre a univocidade e equivocidade;

Fica claro que em Aristóteles a pesar de atribuir uma tendência unívoca ao ser mas não descarta a visão múltipla de entes que compõem o ser, sendo que, o ser é dimensionalmente intermediário entre a visão unívoca e equivoca.

II. Como consequência do que se diz, o ser não poderá reduzir-se a um “gênero” e nem ainda a uma “espécie”. Trata-se, portanto, de um conceito transgenérico, além de trans-especifico, isto é, mais amplo e extenso do que o gênero e a espécie; e

O ser é demasiadamente vasto facto que não existe uma interpretação que posso o conceituar. Devido a sua extensão tendo o conceituar estaria a diminuir a sua vastidão. Daí que, não existe uma definição propicia que pode esclarecer o que o ser é, visto que não apresenta a diferença especifica e a aproximação do gênero.

III. Se o ser não é caracterizado por gênero próximo e diferença especifica, que unidade o definirá? O ser expressa diversos significados, mas todos eles conservam uma relação exata com um princípio ou uma realidade idêntica. Portanto, todas diferentes coisas a que se aplica o conceito ser expressam sentidos diferentes do ser, mas, ao mesmo tempo, todas elas implicam a referência a algo que tem unidade, justamente a substancia.
Como acima referenciamos que não existe uma ideia capaz de desvendar o que o ser é, pelo facto de não existir uma definição consensual do ser que leva consigo a diferença especifica e a aproximação do gênero. Isso mostra que o ser expressa multiplicidade dos significados porem entre eles existe uma relação idêntica. Apesar de existe conceitos que tendem a diferenciar os entes mas sempre referenciam algo unívoco, que simplesmente podemos o clarificar como substância.

O ser e os seus significados

Os quatro significados do ser são na realidade quatros grupos de significados: cada um deles reagrupa ulteriormente significados parecidos mais não idênticos, isto é, não unívoco, mas analógico. As diferentes categorias não expressam significados idênticos ou unívoco do ser; o ser expressado por cada figura das categorias constitui um significado distinto do de cada uma das outras. Porém, a seguir nos poremos a distinguir os quatros grupos de significados:
  • a) O ser em si (segundo a substancia e as categorias);
  • b) O ser como acto e potência;
  • c) O ser como acidente;
  • d) O ser como verdadeiro (e o não-ser com o falso)

O ser em si segundo a substancias e suas categorias

Aristóteles concebe a substância como união de forma e matéria, mas não se pense, de modo algum, que a matéria corresponde a existência e a forma corresponde a essência. A matéria e a forma é o que constitui uma unidade que se chama substancia; unidade porque é absolutamente indivisível, isto é, se dividirmos deixa de ser “substancia”. Porque não há matéria sem forma.

As categorias: substância, qualidade, quantidade, relação, acção, paixão, onde, quando, ter e jazer. Nesta senda de ideia, concebido por Aristóteles a substância como união entre a matéria e a forma, e ambas constituem uma unicidade chamada substancia e indivisível, pelo que não há nenhuma delas sem a outra.

Ser como acto e potência

A função da substancia em devir conferir a própria substancia um novo significado. Ela adquire um valor dinâmico, identificas se com o fim, com acção criadora e forma a matéria, com a realidade concreta do ser individual no qual o devir se cumpre. Neste sentido a substancia é acto: atividade, acção e conclusão. Aristóteles identifica a matéria com a potência, a forma com acto.

A substancia ganha cada vez mais uma novos significados pela capacidade do devir, adquirindo um valor dinâmico como o seu fim pela acção, criadora, sendo que o devir se cumpre numa realidade concreta, porém é desta forma que Aristóteles identifica a potência como matéria e acto como forma.

Nesta senda de pensamento, fica claro que a potência é matéria ou potencialidade, no sentido de que é a capacidade de assumir ou de receber a forma. Por exemplo: a madeira é potência dos diferentes objecto que com ela se pode fazer, porque é capacidade concreta de assumir as formas dos diferentes objetos.

Em contrapartida, a forma configura se como acto ou atuação dessa capacidade. O composto ou o sínoco de matéria e forma, se considera como tal, será referentemente acto; mas, se se tem em conta a sua forma será simplesmente acto ou enteléquia e se se contempla na sua materialidade, será pelo contrário um a mescla de potência e de acto.

O ser como acidente

É o ser causal e fortuito (aquilo que “acontece de ser”). Trata se de um modo de ser que não apenas depende de outro ser, como também não está ligado a ele por nenhum vínculo essencial. Portanto é um tipo de ser que “não é sempre nem o mais das vezes, mas somente as vezes”, neste caso casualmente.

Nesta esteira do pensamento do ser como acidente, concluímos que é aquilo que não constitui a essência da coisa, porém mesmo sem ela a coisa continua sendo o que ela é. O acidente é uma causalidade que acontece às vezes, mas que não está contido essencialmente no ser.

O ser como verdadeiro e o não-ser com o falso

É aquele tipo de ser própria da mente humana que pensa as coisas e sabe conjuga-las como elas estão conjugadas na realidade, ou separa-las como estão separadas na realidade. O ser ou melhor, o não-ser como falso, é quando a mente conjuga aquilo que não está conjugado ou separa aquilo não está separado na realidade. Nesta ocupa-se a lógica, porém, a mente é factualmente baseada nas coisas reais unindo o que está unido ou desunindo as coisas que estão na realidade desunida.

Referências bibliográficas

  • ABBAGNANO, Nicola, História da Filosofia, Vol. 1, 7ª ed. Lisboa, Abril, 2006.
  • MORENTE, Manuel Garcia, Fundamentos de Filosofia, 8ª ed. São Paulo, 1930.
  • REALE, G. & ANTISERI, D. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga, Vol.1, 4ª ed. São Paulo, 2009.
  • REALE, Giovanni, Introdução a Aristóteles, 10ª ed. Lisboa / Portugal, 1997.

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