Google logo  MAIS PARA BAIXO  Google logo

Ad Unit (Iklan) BIG


O Eurocentrismo e a História de África

O eurocentrismo é um modelo de interpretação da realidade (passada, presente e futura) que consagra acriticamente a ideia de progresso histórico e de superioridade política e ética da Europa.

O eurocentrismo tem-se mantido dominante na actualidade através da naturalização de determinados projectos políticos (ex: a adequação dos currículos nacionais com vista à integração da União Europeia) e da construção de outros conhecimentos e movimentos sociais como irrelevantes (ex: as lutas pela memorização da escravatura ou pelo reconhecimento público do genocídio dos ciganos no Holocausto).
O Eurocentrismo e a História de África

É da concepção eurocêntrica que o negro é selvagem e que nada contribuiu à construção da civilização, muito menos à ciência ou à tecnologia. Mas essa tese pode ser facilmente rebatida se olharmos para a realidade africana no processo da expansão marítima. Já nesse período havia diversas civilizações, reinos bem como cidades-estado. Basta recorrermos a um exemplo prático de Moçambique, onde a quando da sua chegada mantiveram relações comerciais com os reinos autóctones tais como o de Mutapa e Marave. Fora desse exemplo podemos recorrer às cidades-estado Swahili que estavam fixadas ao longo de toda costa oriental.


Os eurocêntricos baseiam-se na construção de uma imagem do negro africano como primitivo e atrasado. A negação de sua história e cultura, são tão fundamentais para justificar o racismo quanto a ideia de sua inferioridade genética e biológica.

Devem ser levadas a cabo pesquisas para demonstrar até que ponto a Europa teria dado os primeiros passos da ciência. Falando sobre este assunto recorro a uma citação muito comum em debates académicos, The Stolen Legacy (O Legado Roubado). Os eurocentristas se auto-intitulam os donos da ciência, e que tudo fizeram para que ela seja como é actualmente. Eu em particular não sou apologista desse posicionamento, e como não há ciência sem comprovação, torno-me empirista para mais uma vez mostrar os grandes avanços da Civilização Egípcia (astronomia, medicina, matemática, geometria) e fora da África encontramos os sumérios que desenvolveram uma estrutura de lei, os fenícios deram grandes avanços na matemática bem como na escrita.

Para rebater os exemplos que acima apresentei, tem se dito que a África deve ser olhada sob dois pontos diferentes: A África Negra, abaixo do Magreb e a África Branca ou magrebina (incluindo o Egipto), sendo esta ultima quase que sempre descrita mais para o lado europeu. Mas a questão que não quer calar é se a África Branca faz ou não Parte de África.
A Bíblia cristã: Já se fala das terras em que teria se difundido a religião de Moisés (Cião).

Consequências do Eurocentrismo
Para compreender as consequências do eurocentrismo na forma como construímos e entendemos a história, é fulcral questionar o projecto multi-secular da modernidade nos seus fundamentos: o colonialismo/racismo. Isto porque, segundo autores como Enrique Dussel, Aníbal Quijano e Sylvia Wynter, o eurocentrismo foi inaugurado com a colonização da América nos séculos XV-XVI, a partir de dois processos relacionados: a construção da ideia de raça e o estabelecimento progressivo do capitalismo como padrão global de controlo do trabalho e do mercado.

Artigos relacionados

Enviar um comentário


Iscreva-se para receber novidades