Na sua esmagadora maioria, autoridades e dirigentes africanos foram profundamente hostis a essa mundana e declararam-se decididos a manterem o seu atatus quo e, sobretudo, a sua soberania e independência, pelas quais nenhum deles estava disposto a transigir. Manifestaram a sua determinação e opor-se aos europeus e em defenderem a sua soberania, a sua religião e o seu modo de vida tradicional. Sobre as resistências africanas, segundo Terence O. Ranger, existem três postulados que surge analisar:
- Em primeiro lugar, afirmou-se que a resistência africana era importante, já que provava que os africanos nunca se haviam resignado à pacificação europeia. Na realidade, todos os tipos de sociedade africana resistiram a resistência manifestou-se em quase todas as regiões de penetração europeia;
- Em segundo lugar, sugeriu-se que longe, longe de ser desesperada ou ilógica, essa resistência era muitas vezes movida por ideologias racionais e inovadores.
As resistências africanas eram movidas por ideologias inovadoras:
Princípio de soberania
Segundo Ajayi, "o aspecto mais importante do impacto europeu foi a alienação da soberania. Quando um povo perde a sua soberania, ficando submetido a outra cultura, perde pelo menos da sua autoconfiança e dignidade, perde o direito de se autogovernar, a liberdade de escolher o que mudar em sua própria cultura ou o que adoptar ou rejeitar da sua cultura."
A ideia de soberania proporcionou evidentemente a base da ideologia da resistência, com as devidas correções.
A religião
As doutrinas e símbolos religiosos, regra geral, apoiavam-se nas questões da soberania e da legitimidade. A legitimidade dos dirigentes era consagrada por uma investidura ritual e, quando um dirigente e seu povo decidiam defender a sua soberania, apoiavam-se naturalmente nos símbolos e conceitos religiosos.
- Em terceiro lugar, argumentou-se que os movimentos de resistência não eram insignificantes, pelo contrário, tiveram consequências importantes, em seu tempo, e tem ainda hoje, notável ressonância.
Importância e as consequências das resistências segundo O. Ranger (1991-80)
"Há mais de vinte anos, os movimentos de resistência eram tido simplesmente como impasses que a nada levaram. Na última década, porem, tem-se vigorosamente defendido que, por todos os ângulos, esses movimentos voltavam para o futuro. Do ponto de vista da soberania, pode-se afirmar que elas anteciparam a sua reconquista e o triunfo do nacionalismo africano. Na medida em que são depositários de ideologias proféticas, pode-se considerar que tenham contribuído para novos agrupamentos em torno de ideias. Alguns trouxeram consigo a melhoria da situação de povos revoltados.
Outros instituíram lideranças alternativas às oficialmente reconhecidas.
Ranger (1991:69-86), conclui afirmando que, "o estudo dos movimentos de resistência não é uma exaltação fútil das glorias do passado, mas algo que pode contribuir para a elaboração de uma teoria da opressão e da libertação."
Enviar um comentário
Enviar um comentário