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Indústria Extractiva e a Maldição dos Recursos Minerais

Introdução
A actividade industrial consiste no processo de produção que visa transformar matérias-primas em mercadoria através do trabalho humano e, de forma cada vez mais comum, utilizando-se de máquinas. Essa actividade é classificada conforme seu foco de actuação, sendo ramificada em três grandes conjuntos: indústrias de bens de produção, indústrias de bens intermediários e indústrias de bens de consumo. Contudo, neste trabalho falar-se á apenas da Industria Extractiva e a Maldição dos Recursos Minerais.

Índice
Introdução 1
Industria Extractiva e a Maldição dos Recursos Minerais 2
Extractivismo 2
A Maldição dos Recursos Minerais 2
Tese maldição dos recursos naturais 3
Causas para a maldição 3
Importar em vez de exportar 5
Conclusão 6

Industria Extractiva e a Maldição dos Recursos Minerais
Indústrias extractivas – são as que extraem matéria-prima da natureza (vegetal, animal ou mineral) sem que ocorra alteração significativa nas suas propriedades elementares. Exemplos: indústria madeireira, produção mineral, extracção de petróleo e carvão mineral.
A indústria extractiva retira a matéria-prima da natureza para ser utilizada noutras indústrias.A indústria que extrai o petróleo e a indústria mineira são exemplos de indústrias extractivas. 

Extractivismo
Extractivismo significa resumidamente todas as actividades de colecta de produtos naturais, sejam estes produtos de origem animal, vegetal ou mineral. É a mais antiga actividade humana, antecedendo a agricultura, a pecuária e a indústria. Praticada mundialmente através dos tempos por todas as sociedades.
Até o início do século XIX o conceito de extractivismo baseava-se nas ideias dos Naturalistas, nas grandes descobertas científicas, nas grandes viagens, enfim, na "mãe natureza" e na riqueza nela contida, pensamento que foi reforçado pela Revolução Industrial e pelas teorias de Karl Marx, onde tudo era produto e que os recursos naturais passaram a ser chamados de matérias-primas, tidas como inesgotáveis e seu consumo controlável pelo homem.
Já no século XX com o avanço das tecnologias e do crescimento populacional, o homem começou a perceber que esta matéria-prima oriunda dos recursos naturais eram esgotáveis. Desta maneira surgiram novas ideias com relação a sustentabilidade dos ecossistemas, as quais foram colocadas em prática através dos chamados projectos de desenvolvimento sustentável.

A Maldição dos Recursos Minerais
A maldição dos recursos naturais, também conhecido como o paradoxo da abundância, refere-se ao paradoxo em que os países e regiões, com uma abundância de recursos naturais, especificamente recursos não-renováveis, como o mineral e combustível, tendem a ter menos crescimento econômico e piores resultados de desenvolvimento se comparados a países com menos recursos naturais. Esta hipótese pode acontecer por diversos motivos, incluindo um declínio na competitividade de outros sectores económicos (causada pela valorização da taxa de câmbio como as receitas dos recursos entre uma economia, um fenómeno conhecido como doença holandesa), a volatilidade da receita do sector de recursos naturais devido à exposição às oscilações das commodities globais de mercado, má gestão governamental dos recursos, ou, instituições ineficientes e instáveis estimulando a corrupção (possivelmente devido ao fluxo facilmente desviado de receita real ou antecipada das actividades extrativistas).

Tese maldição dos recursos naturais
A ideia de que os recursos naturais podem ser mais uma maldição do que uma bênção econômica começaram a surgir na década de 1980 . Nessa época , o termo resource curse thesis foi utilizado pela primeira vez por Richard Auty em 1993 para descrever como os países ricos em recursos naturais não foram capazes de usar essa riqueza para impulsionar suas economias e como, contra-intuitivamente, esses países tiveram um crescimento econômico menor do que países sem uma abundância de recursos naturais. Inúmeros estudos, incluindo um por Jeffrey Sachs e Andrew Warner, têm mostrado uma ligação entre a abundância de recursos naturais e o baixo crescimento econômico . A desconexão entre a riqueza dos recursos naturais e o crescimento econômico pode ser visto olhando um exemplo dos países produtores de petróleo. De 1965 a 1998, nos países membros da Opep , o crescimento do Produto Interno Bruto per capita diminuiu em média 1,3% , enquanto que no resto dos países desenvolvidos, o crescimento per capita era, em média 2,2%. Alguns estudiosos argumentam que os fluxos financeiros a partir de ajuda externa podem provocar efeitos semelhantes à maldição dos recursos naturais.

Causas para a maldição 
A expressão «maldição dos recursos naturais» começou a impor-se para associar a existência de um importante recurso natural com o subdesenvolvimento de um país. No entanto, não se trata de uma fatalidade.
Os analistas e investigadores da área política e económica são unânimes em reconhecer que «a maldição dos recursos naturais representa um obstáculo enorme ao desenvolvimento», mas ela em si mesma «não constitui o problema». O problema está, sim, «na falta de democracia e de uma boa governação».
Mohammed Ali Alayli, investigador na universidade norte-americana de Berkeley, escrevia em Dezembro de 2005: «A maldição dos recursos naturais permite que, em vez de desencadear o crescimento e o desenvolvimento, a riqueza em recursos naturais se torne a causa da estagnação económica, da corrupção e da guerra. As explicações possíveis para esta maldição são de natureza económica, política ou, simultaneamente, política e económica.»
Frequentemente, os países que possuem abundantes reservas petrolíferas ou minerais obtêm as suas receitas a partir de recursos que estão concentrados em termos de propriedade, ou seja, são propriedade do próprio Estado. Isto desincentiva o investimento noutros sectores económicos por parte do próprio Estado, mas também por parte dos cidadãos, impedindo assim o aparecimento de pequenos ou médios empresários, capazes de gerar emprego, ou seja, o aparecimento de uma sociedade civil forte.

Um caso exemplar
A Noruega, que iniciou a extracção de petróleo na década de 70, é apontada como um caso de êxito na canalização dos recursos petrolíferos para construir uma das sociedades mais ricas e mais igualitárias do mundo – mais de 42 000 dólares de rendimento per capita em 2005. Um dos êxitos consiste no fundo petrolífero: capitalizar uma parte das receitas do petróleo para as gerações futuras. No final do primeiro trimestre de 2006, este fundo de poupança, se assim se pode chamar, ascendia a 236 000 milhões de dólares.
Por outro lado, e graças ao seu modelo institucional, a Noruega faz uma distinção clara entre as diferentes posições na gestão do sector petrolífero: funções políticas, comerciais e de regulação estão separadas, no intuito de favorecer a transparência.
Ainda na década de 80, a Noruega colocou a sua experiência no sector petrolífero ao serviço de outras nações ricas em petróleo, tendo actualmente programas de ajuda em mais de 20 países. A prioridade destes programas é estabelecer uma separação clara e transparente entre os diferentes pólos institucionais, à semelhança do próprio modelo norueguês. No entanto, a Noruega tem deparado com grandes resistências à mudança por parte daqueles que beneficiam do status quo institucionalizado. Porque será?

Importar em vez de exportar
O Médio Oriente dispõe de 65% das reservas mundiais de petróleo comprovadas. Alguns dos Estados produtores têm sabido utilizar de uma maneira relativamente inteligente os recursos petrolíferos, se bem que na sua grande maioria sejam governados por regimes autoritários e para os quais a palavra «transparência» não tem grande significado.
Sendo o Estado o único proprietário das receitas petrolíferas, o sistema económico funciona apenas para reciclar estas receitas, o que não favorece o aparecimento de uma classe empresarial. Além disso, trata-se de uma indústria que não enfrenta competição, o que também torna desnecessária a melhoria da produtividade. As economias destes países acabaram por, com o passar das décadas e os aumentos cíclicos do preço do petróleo, desenvolver uma visão falsa da modernidade, que se traduz apenas na importação de tecnologia dos outros países.
Com tudo isso, países como os Emirados Árabes Unidos têm utilizado as receitas do petróleo para montar uma rede de infra-estruturas – aeroportos, portos, estradas e habitação, levada por vezes ao extremo de um luxo verdadeiramente das Arábias – e para fazer da região um centro de turismo, comércio, tecnologia e indústria. Hoje, o petróleo representa apenas 7% do PIB do Dubai e a economia cresce 16% ao ano.
Compostos por sete estados relativamente independentes, com cerca de quatro milhões de habitantes que usufruem de um rendimento per capita de 23 770 dólares anuais e que não pagam impostos sobre rendimentos, os Emirados Árabes Unidos só em Dezembro de 2006 realizaram as suas primeiras eleições legislativas, para escolher metade dos 40 membros do Conselho Nacional Federal. Apenas um reduzido número de habitantes foi autorizado a votar, e ainda assim seleccionados pelos governantes.


Conclusão
Terminada a abordagem, temos como conclusões e constatações o seguinte, Indústria é uma atividade econômica que surgiu na Primeira Revolução Industrial, no fim do século XVIII e início do século XIX, na Inglaterra, e que tem por finalidade transformar matéria-prima em produtos comercializáveis, utilizando para isto força humana, máquinas e energia.
A importância da atividade industrial consiste no valor agregado (mais empregos, com maiores salários, com maior movimentação da economia, com maiores garantias de atenção aos direitos trabalhistas e previdenciários) que os produtos da indústria possuem frente aos das demais atividades econômicas, em especial em atividades que visam apenas o fornecimento de matérias-primas, tais como a agricultura, a agropecuária, e a mineração.
Apesar dos impactos positivos da indústria no âmbito socioeconómico, elas constituem uma fonte de poluentes e contaminantes. Este facto tem múltiplos efeitos negativos ao nível ambiental, concretamente na degradação dos ecossistemas e na saúde pública. É neste sentido que a localização espacial das indústrias é condicionada por factores de ordem físico natural e socioeconómica.

Bibliografia
  • MONSO, Francisco Jorge, VICTOR, Ringo, Pré-Universitário 12, Longman Lda, Maputo
  • SILVA, José Julião da., GEOGRAFIA - 12.ª CLASSE, MAPUTO, Plural Editores Moçambique, 2014

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