Introdução
Já é célebre falar de conhecimento para quem compreende, conhecimento é algo que todos necessitam, é fundamental na vida do homem, pois torna avida mais aceitável e efetiva.
O conhecimento só se torna possível por meio da interação com a realidade. Mas o meu foco, é falar da correlação entre o conhecimento popular e científico. É de salientar que o conhecimento popular e científico estão correlacionados, sendo que a diferença entre os dois está no modo ou método usado para se adquirir tal conhecimento. No entanto, embora possamos apontar diferenças entre as duas formas de saber, é preciso reconhecer que o primado do científico em detrimento do popular é o produto de um auto-centrismo cultural, que invalida todo saber produzido fora dos ambientes legítimos.
2. Justificativa
O tema é de extrema importância, pois serve de pilar na resolução de problemas que aparecem na vida prática e decorrem do contacto direto com fatos que vão acontecendo no dia-a-dia, percebidos principalmente na percepção sensorial, isto é, conhecimento das pessoas sem comprovação e o outro lado, na comprovação pela ciência.
3. Objectivos
3.1. Objectivo geral
- O objectivo geral deste trabalho é reconhecer o conhecimento como característica de ser humano e formar hipóteses.
3.2. Objectivos específicos
- Procurar perceber a importância do conhecimento;
- Descrever a relação entre o conhecimento popular e científico;
- Interpretar os tipos de conhecimento.
4. Metodologia
O método de pesquisa utilizado para abordar o tema é a pesquisa em fontes bibliográficas, em livros digitais e eletrónicos conceituados na área de Meic e outros procedimentos como fontes orais para o estudo da correlação entre o conhecimento popular e científico.
Para a realização do presente trabalho de pesquisa recorreu-se também a internet.
Correlação entre conhecimento popular e científico
Ao se falar em conhecimento científico primeiro passo consiste em diferencia-lo de outros tipos de conhecimentos existentes.
Considerando uma correlação entre conhecimento popular e conhecimento científico, Lakatos (2003) afirma que, o conhecimento vulgar ou popular, as vezes denominado senso comum, não distingue de conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objecto conhecido, o que o diferencia é a forma, o modo ou método e os instrumentos de "conhecer".
Ex: Podemos dizer que determinada planta necessita de uma quantidade "x" de água e que, se não a receber de forma "natural", deve ser irrigada, pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científico.
Para que isso ocorra, é necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie da outra.
Dessa forma, revelam-se dois aspectos:
- A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade;
- Um mesmo objecto ou fenómeno- uma planta, um mineral, uma comunidade ou mesmo as relações entre pessoas- pode ser matéria de observação, tanto para o cientista quanto para o homem comum; O que leva um ao outro do vulgar ou popular, é a forma de observação.
6. Características do conhecimento popular
Para Ander-Egg (1978:13-4), o conhecimento popular caracteriza-se por ser predominantemente:
- Superficial;
- Sensitivo;
- Subjetivo;
- Acrítico.
7. Os quatro tipos de conhecimentos
Verificamos, dessa forma, que o conhecimento científico diferencia-se do popular muito mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Essa diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosóficos e religioso (teológico).
Trujillo (1974) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento:
- Conhecimento popular;
- Conhecimento filosófico;
- Conhecimento religioso;
- Conhecimento científico.
Conhecimento
popular
|
Conhecimento
científico
|
Valorativo
Reflexivo
Assistemático
Verificável
Falível
Inexato
|
Real (factual)
Contingente
Sistemático
Verificável
Falível
Aproximadamente exacto
|
Conhecimento
filosófico
|
Conhecimento
religioso
|
Valorativo
Racional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exacto
|
Valorativo
Insperacional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exacto
|
- Conhecimento popular: é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa selecção operada com base em estados de ânimo e emoções. E falível e inexato, pois se conforma com a aparência.
- Conhecimento filosófico: é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. Procura responder as indagações do espirito humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.
- Conhecimento religioso: isto é, teológico, apoia-se em doutrinas que contém proposições sagradas (valorativos), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exactas) como obra do criador divino-implica uma atitude de fé.
- Conhecimento científico: é real e factual porque lida com ocorrências ou fatos. Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses tem sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão. Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.
8. Conclusão
Feito o estudo do trabalho, conclui que o conhecimento está diretamente ligado ao homem, parte da interação do homem com os seus objectivos. Por sua vez, o conhecimento científico tem como objecto estudar e esclarecer os fatos ocorridos no universo, e é caracterizado por ser racional, sistemático, pois requer o uso de métodos para comprovação de tal teoria, é verificável através de experimentos válidos, utilizando-se de dados empíricos e o conhecimento popular (senso comum) é caracterizado por ser valorativo, pois se fundamenta em experiências do cotidiano, muitas vezes sendo transmitido pela tradição de determinadas culturas, é assistemático e inexato.
9. Referências bibliográficas
ANDER-EGG, Ezequiel. Introduccion a las técnicas de investigación social: para trabajadores sociales. 7. Ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. Parte I, Capítulo 1.
BUNGE, Mário. La ciencia, su método y filosofia. Buenos Aires: Siglo Veinte, 1974ª. Capítulo 1.
BUNGE, Mário. La investigación científica: su estrategia y su filosofia. 5. Ed. Barcelona: Ariel, 1976. Parte I, Capítulo 1, Parte III, Capítulo 9.
TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. Ed. Rio de janeiro: Kennedy, 1974. Capítulo 1.
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