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As formas de exploração desses grupos financeiros O declínio ou Decadência da Companhia do Niassa

Introdução
A Companhia do Niassa foi uma companhia majestática da colónia portuguesa de Moçambique que tinha a concessão das terras que abrangem as actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa. A Companhia do Niassa foi formada por alvará régio de 1890, com poderes para administrar as actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa, desde o rio Rovuma ao rio Lúrio e do Oceano Índico ao Lago Niassa, numa extensão de mais de 160 mil km2. Entretanto, é desta companhia que iremos falar ao longo do nosso trabalho, principalmente sobre: as Formas de Exploração Desses Grupos Financeiros e o Declínio ou Decadência da Companhia do Niassa.

As formas de exploração desses grupos financeiros
Na sua fase inicial a companhia expressou-se publicamente como defensora do desenvolvimento da economia da região, mas a sua influência não se espalhou mais do que alguns pontos isolados da costa. O acontecimento mais importante foi a introdução do imposto de palhota em 1898. A partir de 1909 a Companhia passou a ser fornecedora de força de trabalho migrante, com a exportação de mão-de-obra para as minas sul-africanas, entre outros destinos. Entre 1919 a 1929, a Companhia depois de ter mudado de gestores virou-se para o aumento do nível de cobrança do imposto de palhota como forma de aumentar os seus rendimentos, expandindo e intensificando os abusos que sempre cometera.
Ao longo das quatro fases da companhia, a exploração não foi nem profícua para os accionistas nem para os seus habitantes. Pelo contrário. Em três décadas, a companhia acumulou prejuízos financeiros e sociais. A época em que teve resultados mais positivos foi quando exportou mão-de-obra, mas isso durou pouco tempo. Com uma forte carga fiscal sobre os habitantes, muitos emigraram, abandonando as terras ao abandono e deixando de contribuir com o imposto da palhota, revelando-se estas algumas das consequências de uma exploração económica mal dirigida.
As principais formas de exploração económica da companhia eram: a cobrança do imposto da palhota; a emissão de selos; o monopólio de taxas aduaneiras e alfandegárias; o comércio de armas de fogo; a exportação de esponjas, corais, pérolas e âmbar; a utilização do imposto do mussoco pago em trabalho efectivo; o uso de milhares de homens para efectuarem transportes de longa distância; a exportação de mão-de-obra para as minas da África do Sul.

Os principais mercados dos produtos de exportação eram Zanzibar, França e Holanda.
O imposto da palhota era um imposto, geralmente, cobrado em géneros para exportação (borracha, café, goma, cera e marfim); em 1926, mais de metade das exportações provinha de produtos pagos pelo imposto da palhota. A punição pelo não pagamento deste imposto era queimar a palhota do infractor.

O Declínio ou Decadência da Companhia do Niassa 
As terras da companhia eram, de todo o Moçambique, as menos promissoras para a agricultura. E a área não estava estratégica mente posicionada de modo a captar o capital estrangeiro necessário. Os Yao, os Macua e os Maconde, na altura da sua constituição, viviam fora da sua influência directa e sempre resistiram à penetração da companhia. As expedições militares para conter estes povos eram constantes e também dispendiosas.
A adopção da política de cobranças compulsiva do imposto da palhota conduziu ao despovoamento. Por volta de 1922, a fuga para a Niassalândia foi complementada com fuga de grupos de Yao e Macua para o Tanganica, em resposta à nova política de impostos. Sem gente e sem dinheiro, a companhia estava votada ao fracasso.
Em 1929, Salazar não renovou a concessão e extinguiu a companhia.

Conclusão
A Companhia cobrava impostos; exportava mão-de-obra compulsivamente, destinada às minas da África do Sul, às minas de cobre de Congo e para algumas Companhias da baixa Zambézia; utilizou trabalho forçado para as quintas dos administradores e dos capatazes da Companhia, muitas vezes gratuitamente e para o transporte de mercadorias; detinha o monopólio das taxas aduaneiras de importação e exportação, comércio, do fabrico e da venda de bebidas alcoólicas, da exportação de esponjas, corais, pérolas e âmbar da costa e ilhas situadas na área da sua influência; exportava produtos das colheitas dos camponeses: borracha, café e pau-preto.

Bibliografia
BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique, Lda., Maputo, 2010
NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013
UEM, Departamento de História, 1983, História de Moçambique Volume 2: Agressão Imperialista (1886-1930). Cadernos

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