À semelhança do que os Ronga faziam no Sul, também no Norte os Ajauas se dedicaram e especializaram no comércio a longa distância.
Os Ajauas viviam entre o Lago Niassa e o rio Rovuma. Partiam em grupos das suas terras, atravessavam o rio Lúrio, passavam por Itoculo e vinham comerciar com os portugueses no Mossuril, mesmo em frente da Ilha de Moçambique.
Os Ajauas dedicavam-se ao fabrico de instrumentos de ferro. Estes, juntamente com o tabaco e peles de animais, eram os principais produtos comerciados. Com o tempo, o marfim passou a ser o principal produto, assim como os escravos. Os europeus e os árabes compravam marfim e escravos, dando em troca panos, miçangas, armas de fogo e pólvora.
Durante cerca de cinquenta anos, este comércio no norte do País esteve nas mãos dos Ajauas. Por volta de 1755, os portugueses iniciaram uma guerra sangrenta contra os povos das regiões ao norte de Moçambique, por onde os mercadores Ajauas tinham que passar para virem comerciar ao Mossuril. Como não havia segurança, os Ajauas decidiram desviar o seu comércio em direcção ao Norte, para Kilwa, na costa do Tanganyika.
Também a norte do Rovuma, os comerciantes estrangeiros lutaram entre si para dominar o comércio que se fazia com os povos africanos. É deste modo que os árabes de Oman expulsam os portugueses de toda a costa do actual Kenya e da Tanzânia. A região de Cabo Delgado, passou a ser cobiçada por franceses e ingleses.
Como resposta, Portugal tenta também intensificar a sua política colonial e, em 1752, cria um Governo-Geral em Moçambique, para explorar ainda mais as riquezas da nossa terra. Até essa data, os portugueses em Moçambique dependiam do governo colonial instalado em Goa, na Índia, sendo considerado como uma das suas regiões administrativas.
Enviar um comentário
Enviar um comentário