G. T. Nurse usando a moderna técnica linguística conhecida por gloto-cronologia, e, ainda, algumas provas fornecidas pela arqueologia, pela tradição oral e pelos antigos documentos portugueses, apresentou a seguinte hipótese sobre o povoamento e as migrações bantos que se verificaram na vasta região enquadrada pelo Oceano Índico, o Lago Niassa e os rios Chire, Zambeze e Rovuma.
Entre os anos 800 e 1000 d.C. acentuou-se, gradualmente, a separação dos dois principais ramos em que, já depois da travessia do Rovuma, se dividiram os proto-macuas: o do norte e leste veio a dar origem aos modernos macuas; o do sul e oeste, composto por Lómuès e Lolos, dirigiu-se ao Chire e ao Baixo Zambezie. A sua vanguarda, formada por estes últimos, entrou em contacto com elementos do grupo Marave, vindos do país Luba, no sul do actual Zaire, através dos planaltos centrais, a ocidente do Lago Niassa. Parte destes Lolos foram designados por Cocolas pelo ramo mais meridional dos Maraves, os Manganjas.
Baseado em dados arqueológicos, D. W. Phillipson admite que a região a oriente do Lago Niassa tenha desempenhado importante papel na dispersão da Idade Antiga do Ferro. A olaria do nordeste do Transvaal pertenceria à tradição dita «Kwale-Nkope», respectivamente do Quénia e do Malawi, penetrando na África Austral por vias situadas a leste dos grandes lagos. Acentua, baseado no linguista A. Henrici, as estreitas afinidades entre o Suahili, o Ajaua e, em menor extensão, o Nhanja.
Referências bibliográficas
- NURSE, G. T. — The People of Bororo: a lexicostatistical enquiry. In «The Early History of Malawi», Londres, Longman, 1972, p. 123-135.
- PHILLIPSON, D. W. — The Later Prehistory of Eastern and Southern Africa. Londres, Heinemann, 1977.
- www.aulasdemoz.com
- Aulas de Moz
- aulasdemoz
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