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O Reino de Manica em Moçambique

Sabe-se que no Séc. XVII os Chicangas de Manica levantaram obstáculos à intensificação da exploração aurífera. Talvez devido ao progressivo esgotamento dos filões acessíveis e aos danos provocados pela excessiva ganância dos aportuguesados, proibiram a exploração de novas minas eventualmente descobertas. Além disso, continuaram a exigir elevados tributos pelas mercadorias introduzidas pelos comerciantes.

No que concerne às suas relações com os Mutapas, é sabido que de 1627 a 1631 se recusaram a pagar-lhes quaisquer tributos. Neste último ano, o Chicanga reinante participou na revolta que o deposto Mutapa Capararidze tentou organizar. Efémera foi a vitória dos aliados (quatro anos). Na repressão que se seguiu, o Mutapa e os Senhores dos Prazos incendiaram a capital e massacraram o monarca e parte da população. Investiram um irmão como novo Chicanga, com o argumento de que restauravam Manica à sua anterior situação de vassalagem aos Mutapas. Aquele comprometeu-se a revelar todas as minas de ouro, a evitar a aplicação de elevados direitos e a pagar tributos ao Mutapa e ao Capitão de Sena. Em compensação receberia um pano por cada fardo importado. O acordo foi respeitado até à última década do século.
A partir de então, aumentou o número de feiras dentro das fronteiras do reino. A principal situava-se em Chuambo, nas proximidades da actual Macequece. Bhila identificou quatro outras: Matuca, Chupangura, Vumba e Botica.

É importante notar que, ao contrário do sucedido em Teve, não foram concedidos quaisquer Prazos.
O Mutapa Mucombuè quando, em 1673, mandou chacinar seis dos mais desenfreados «moradores» de nacionalidade portuguesa, pediu auxílio militar ao Chicanga reinante.

A linhagem totémica nguruve foi, em 1695, expulsa pelo Changamire Dombo. Em seu lugar colocou à frente do reino um Mutapa deposto, de totem tembo (zebra), que, depois de abandonar as terras de Mucaranga, lhe foi oferecer os seus serviços. Como algures, a estratégia militar daquele conquistador baseava-se na destruição dos centros económicos dos comerciantes ditos portugueses. No caso de Manica contentou^se em integrar o reino na sua órbita política, obrigando-o a pagar tributos e a obter confirmação para invesftidura de novos monarcas. Mas não efectuou qualquer ocupação militar ou administrativa.
Seja como for, os Chicangas passaram a considerar-se tributários dos Changamires, sendo as suas entregas feitas ao colector-mor, oriundo da casa de Tumbare.

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