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Os Bitongas - Moçambique

A primitiva população «coca» foi, de algum modo, influenciada pela multissecular mas esporádica frequência asiática, sobretudo arábica seguida, a partir do Séc. XVI, pela presença portuguesa. Tais contactos com os povos asiáticos são racionalizados pela tradição sob a forma de um herói cultural denominado Faro, a quem é atribuída a introdução de todas as plantas alimentares extra- -africanas, até mesmo as de proveniência americana - Ele e os seus companheiros, casando com filhas do chefe nhambi — donde deriva Inhambane — teriam dado origem aos clãs nhamposi e nhasanguè. Outros clãs estritamente cocas seriam iamba, chirute, ngoque, candza, etc.
Graças à proximidade dos portos e ancoradouros naturais, a introdução de elementos exóticos e ao início do comércio externo, esses Cocas, vieram a desenvolver uma cultura e uma língua de características específicas. Aventamos que se trate, por conseguinte, de uma adaptação exclusivamente costeira e marítima, semelhante à que ocorreu, segundo Pierre Verin, com a «civilização das escalas» que se espalhava por alguns pontos do Índico Ocidental.
Pelo menos desde os meados do Séc. XVI que, nos documentos portugueses, esta população ribeirinha e aculturada aparece referida como suficientemente distinta. É bem conhecida a célebre passagem de Gonçalo da Silveira, escrita em 1560: «... é dos Botongas próprio que há tempos foi ter por aí, mas eles não têm lei de mouro nem mais culto divino que os moçarangas. E falo dos Botongas daquela terra de Inhambane e da praia que dizem caminho de Moçaranga.
A existência entre os Bitongas, de um número avultado de pequenos chefes tribais foi notada pelos missionários de 1560 que os designaram por «xeques» (do arábico sheik) distinguindo-os claramente do rei de Gambá, sito no interior.

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