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Psicologia do senso comum: conceito, características e constituintes do Senso Comum

O que é Psicologia do Senso Comum?
O senso comum é um corpo de crenças e conhecimentos culturais partilhados por um grupo ou comunidade acerca do funcionamento das pessoas e do mundo que as rodeia.

Esta relacionada com o conhecimento que acumulamos no nosso dia-a-dia, intuitivo, baseado em tentativas e em erros. O senso comum percorre um caminho que vai habito a tradição, passa de geração em geração. É tudo que vem do pensamento intuitivo e instintivo humano, mas tendo nada a ver com pensamento científico.


Características do senso comum
  • Saber subjectiva;
  • Por ser subjectivo, leva a uma avaliação qualitativa das coisas;
  • Relações de causa e efeito através de generalizações apresentadas;
  • Não se surpreende nem se admira com a regularidade constância, repetição e diferenças com a extraordinária miraculo;
  • Por isso e por não compreender o que seja a investigação científica tendo a vale como magia;
  • A crítica, não tem método crítico, não se critica;
  • Por tudo, tendo a cristalizar-se em preconceitos com os quais interpretamos a realidade.

Constituintes do Senso
Segundo Fletcher (1984), o senso comum pode ser analisado segundo as três perspectivas seguintes:
O senso comum é constituído por um conjunto de crenças fundamentais sobre a natureza do mundo físico e social.

O senso comum é constituído por um conjunto de máximas e provérbios que as pessoas partilham sobre o mundo físico e social.

O senso comum é constituído por uma maneira comum de pensar sobre o mundo físico e social.
As duas primeiras perspectivas, crenças fundamentais e máximas culturais, representam o conteúdo do pensamento do senso comum, enquanto que a terceira perspectiva representa os processos cognitivos subjacentes envolvidos no pensar comum. Esta distinção parece estar enraizada nas pessoas. Depois de observarem ou se confrontarem com certas situações e comportamentos, as pessoas costumam alegar adágios e máximas para as confirmar e justificar. E comportam-se da maneira que julgam ser a mais comum de agir.


A psicologia deve ter uma relação e uma confrontação diferente com cada uma destas três áreas ou delimitações do senso comum.

O senso comum como um corpo de crenças fundamentais partilhadas
O senso comum constitui um corpo de crenças necessárias para manter uma visão explicativa e inteligível do mundo. Entre estas destacam-se a crença na existência do mundo, independentemente da percepção que dele temos; As relações causais, que ocorreram no passado, voltarão a ocorrer no futuro; As outras pessoas possuem estados de consciência; Somos a mesma pessoa cada dia que passa; As pessoas têm sentimentos, são criaturas auto-conscientes e capazes de auto-controle.

Estas crenças revelam algumas características comuns. Verifica-se por um lado um acordo praticamente unânime na cultura ocidental sobre a aceitação destas crenças. Por outro, estas crenças são tacitamente aceites e quase nunca questionadas, justificadas, ou até mesmo articuladas, a não ser pelos filósofos.

Estas crenças são de tal modo consideradas fundamentais que, se por hipótese forem questionadas, as pessoas pensam que o inquiridor ou está a brincar ou está maluco (por exemplo será que aquilo que estou a ver são pessoas ou fantasmas?). Tais crenças constituem os alicerces da estrutura cognitiva da pessoa, de modo que a ausência, mesmo parcial, afectaria gravemente o funcionamento mental da pessoa.

No entanto a crença de que as pessoas são capazes de auto-controle e de que possuem estados mentais internos (crenças, atitudes, preferências,) que influenciam o comportamento está em conflito com uma corrente psicológica, o chamado beaviorismo radical de Skinner.

O senso comum como uma maneira de pensar comum
Aprendemos a pensar dentro de uma cultura, quase do mesmo modo como apanhámos o sarampo ou a varicela. Isto é, aprendemos a pensar implicitamente sem saber bem como.

Uma cultura é constituída também por um conjunto de crenças cognitivas. Crenças sobre se uma pessoa é ou não inteligente; se aprende bem ou mal, se há na vida uma idade para aprender; se é mais importante aprender ou ter uma boa memória.


Num meio sócio-cultural em que a psicologia popular e o senso comum têm uma percepção incorrecta sobre o funcionamento cognitivo, esta forma implícita de pensar, muitas vezes falsa e inadequada, pode levar, ou ao abandono de uma tarefa, ou ao planeamento de tempo e esforço inadequado para a resolver.
Neste âmbito, o senso comum torna-se uma matéria importante de análise psicológica, cabendo aos psicólogos explicar os processos cognitivos e os esquemas ou representações que as pessoas usam para formular juízos, interagir com os outros e perceber o meio que as rodeia. Senso, contra-senso e meta-senso.

Referências
  • Chocholle, R, Os tempos de reacção. In P. Fraisse e J. Piaget (Eds). Tratado de psicologia experimental, vol. 2, 1969.
  • Fletcher, G. J. O, Psychology and common sense, American Psychologist,1984.
  • Kelley, H. H, Common-sense psychology and scientific psychology, Annual Review of Psychology, 1992.
  • Smedslund, J. The structure of psychological commmon sense. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1997.
  • Sternberg, R. J, at.al, Testing common sense psychologist, American, 1995.
  • Hilton Japiassu, A psicologia dos psicólogos, 2.ed. Rio de Janeiro, lmago, 1983.

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1 comentário

  1. bonito artigo. bem queria imprimi-lo mas nao consegui. como faze-lo?

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