1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história múltiplas civilizações tentaram conseguir uma expansão territorial, embora não todas conseguiram o mesmo resultado. Desta forma destacam na idade antiga diversos impérios como o egípcio (Menes, 3300 a.C.), o dos acadios em Caldea (Sargón, 2700 a.C.), o dos mesopotámicos (babilónicos e assírios) e o dos que surgiram na costa do mar Mediterrâneo (medos, hititas, persas e de Alejandro Magno). Mais tarde, na idade média, surgiram os impérios árabe, sasánida e turco e finalmente os impérios coloniais espanhol, francês, holandês ou britânico na idade moderna.
2. ABORDAGEM TEÓRICA
2.1 Expansão Colonial
O colonialismo europeu moderno começou no século XV com as viagens dos portugueses ao longo da costa oeste da África. No entanto, o colonialismo atingiu seu momento de máxima importância desde finais do século XIX até meados do XX. Durante este período países como Inglaterra, França e Alemanha se repartiram o continente africano (onde tão só ficaram dois países independentes: Liberia e Abisinia) e tentaram estender suas influências a outras zonas do mundo como Europa Oriental, Médio Oriente, Extremo Oriente ou as Caraíbas. Por outro lado países como Espanha, Itália, Portugal e Bélgica, embora também tentaram beneficiar desta partilha, não conseguiram tantos territórios.
2.1.1 Factores
Entre as diversas causas que provocaram a colonização destacam as seguintes:
- Crescimento da população europeia: Provoca uma forte pressão demográfica a qual junto a uma alta taxa de desemprego provocou que grande parte da população não tivesse outra saída que a emigração a outros continentes.
- Factores económicos: A revolução industrial provocou uma saturação do mercado europeu, pelo que foi necessário o investimento de capital em outros países com o objectivo de ser possíveis novos mercados. Ademais a crescente indústria europeia precisava a cada vez de uma maior quantidade de matérias prima.
- Razões ideológicas: Países como Grã-Bretanha, Itália e Espanha evocam à história como justificativa enquanto misioneros, tanto católicos como protestantes, se sentem chamados a evangelizar os chamados povos “atrasados”.
- Razões étnicas: Enquanto parte da população europeia justificava a colonização como um processo de civilização existiam outras pessoas como o Conde de Gabineau ou Joseph Chamberlain que sustentavam que este processo este justificado pelo fato de que a raça branca era superior às demais.
- Sejam de aventura: A população europeia internava-se nos continentes e nos oceanos impulsionados por uma forte curiosidade. Este factor já se tinha produzido séculos atrás durante a colonização de Portugal e Espanha.
2.1.2 Fases de Colonização
- Durante a colonização de um território podem ser distinguido três fases: conquista, organização e exploração económica.
- Conquista: A superioridade arma mentística permitiu que as potências europeias pudessem controlar os territórios com grande facilidade.
- Organização: O controle das colónias costumava encontrar-se baixo o poder de um governador, dado que não todas as decisões podiam ser tomadas pela metrópole.
- Exploração: As metrópoles extrai as matérias prima que precisa de colónia e vende nela os produtos manufacturados que produzem suas indústrias.
2.2 COLONIZAÇÃO EUROPEIA DA ÁFRICA
No período da expansão marítima europeia, no século XV, os portugueses tentavam contornar a costa africana para chegar nas Índias em busca de especiarias. Muitas áreas da costa africana foram conquistadas e o comércio europeu foi estendido para essas áreas.
Na África existiam muitas tribos primitivas (segundo a visão etnocentrica europeia) que viviam em contacto com a natureza e não tinham tecnologia avançada. Havia guerras entre tribos diferentes, a tribo derrotada na guerra se tornava escrava da tribo vencedora.
No período de Colonização da América, ocorria o tráfico negreiro, em que eram buscados negros da África para trabalhar como escravos nas colónias como mão-de-obra, principalmente nas plantações. Os escravos eram conseguidos pelos europeus por negociações com as tribos vencedoras, trocando os escravos por mercadorias de pouco valor na Europa, como tabaco e aguardente, e levados para América como peças (mercadorias valiosas).
Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-se com os descobrimentos e com a ocupação das Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV.
O processo de ocupação territorial, exploração económica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.
No século XIV, exploradores europeus chegaram à África. Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de exportá-los para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão.
No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colónias. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.
A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos que não foram colónias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos actuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente. Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correcta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos existentes ainda hoje.
2.2.1 A colonização portuguesa
A colonização portuguesa na África foi o resultado dos descobrimentos e começou com a ocupação das Ilhas Canárias ainda no princípio do século XIV. A primeira ocupação violenta dos portugueses na África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira "descoberta" da África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV.
Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX. Durante a segunda metade do século XV Portugal foi estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus.
A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e Espanha conservam antigas colónias. Portugal continua com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.
2.2.2 A Descolonização da África
A ocupação da África pelas potências europeias prosseguiu até depois do final da Segunda Guerra Mundial, quando as colónias começaram a obter a independência, num processo que se chamou descolonização. Com excepção do Egipto, que tinha proclamado unilateralmente a sua independência em 1922, e da África do Sul, que se tinha tornado autónoma em 1910, na forma de domínio do Império Britânico, os restantes territórios africanos começaram a obter a independência a partir da década de 1950 e, principalmente, a partir da Conferência de Bandung, em 1958, em que participaram os quatro países africanos independentes nessa data. A descolonização não foi pacífica, embora nem sempre fosse forçada através de guerras de libertação, como foi o caso das colónias portuguesas e da Argélia; as potências coloniais tentaram manter o seu domínio através do seu apoio a políticos amigos ou através de vínculos entre os territórios semi-autónomos e a Europa.
Os últimos países africanos a alcançarem a independência, já na década de 1990, foram a Namíbia e a Eritreia, que tinham ficado sob administração, respectivamente da África do Sul e da Etiópia, ao abrigo de uma antiga tutela da Sociedade das Nações. No entanto, ainda subsistem vários territórios de África ocupados por países europeus, como as possessões espanholas em Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, administradas pelo Reino Unido. Outros territórios, como as ilhas Reunião e Mayotte, decidiram por referendo popular manter-se parte da República Francesa.
2.2.3 Problemas Pós-coloniais
Um dos legados do colonialismo tem sido a dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e económica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colónias francesas, e que persiste até hoje, acarretando inclusive certo grau de dependência. Além disso, considerações extra africanas ainda inibem a política internacional de muitos Estados do continente.
A relativa brevidade da dominação europeia na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses dois grupos de países.
Conscientes desses óbices, muitos líderes africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problema do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi à criação, em Maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de Julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a eclodir em 1977) e entre Quénia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos independentes pertencem à União Africana.
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