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O desenvolvimento socioeconómico e político dos principais países capitalistas, dos finais do século XIX aos princípios do século XX

Nos finais do século XIX, a Europa apresentava-se economicamente dividida em dois blocos: o grupo dos países que já haviam realizado as suas revoluções industriais e possuíam algumas colónias, como a Inglaterra, a Franca, a Bélgica e os Países Baixos (Holanda), e o grupo da «Europa agrária», ou seja, Os impérios Austro-húngaro e Otomano, a Alemanha, a Itália e a Rússia. 
Até ao século XIX, a Europa tinha acumulado uma série de sucessos científicos técnicos, económicos e políticos e imposto o seu domínio a outros continentes. Produzia mercadorias a uma escala nunca antes vista na História.
Nos finais do século XIX e princípios do século XX, a Inglaterra era a maior potência mundial, possuía o maior parque industrial da época, um vastíssimo império colonial e grande estabilidade política, assente na monarquia.
Esta potência mundial tinha dois tipos de colónias, as de população branca e as de exploração-económica. As Colónias de população branca conseguiram urna certa autonomia interna, dependendo da metrópole apenas nos assuntos respeitantes e as relações-internacionais, As colónias de exploração económica caracterizar sua submissão a Inglaterra, abastecendo-a de matérias-primas, ao mesmo tempo consumiam os seus produtos manufacturados, contribuindo deste modo para estes se espalhassem pelos continentes africanos e asiático.
Por seu turno, a Franca, no mesmo período, era uma potência caracterizada por um grande desenvolvimento industrial (têxtil, transportes, metalurgia, etc.) sem que isso, no entanto, afectasse a produção-agrícola, que também representava um sector desenvolvido. A Franca possuía também um grande império colonial em África e na Ásia, que constituía urna boa fonte de matérias-primas e um mercado para os seus produtos industriais.
A Rússia era, nesta época, a quinta maior potência industrial a nível mundial. Porém, 80% da sua população ainda vivia da agricultura. O poder político estava nas mãos do czar Nicolau II. As instituições representativas não eram eleitas; vigorava um regime ditatorial, apoiado na polícia, no exército e na Igreja Ortodoxa.
A Alemanha, por seu lado, encontrava-se em grande ascensão económica. Em pouco tempo, a indústria pesada e a indústria de guerra alemãs desenvolveram-se de tal maneira que se tornaram nas maiores da Europa. O seu êxito económico baseava-se, por um lado, na exploração racional dos recursos e na exigência de quantidade superior dos produtos manufacturados e, por outro lado, no proteccionismo adoptado pelo Estado germânico para defender a produção nacional, pois a união alfandegária beneficiava a circulação de mercadorias produzidas na Alemanha, impondo taxas as que provinham do estrangeiro. 
O Império Austro-Húngaro
Na segunda metade do século XIX, a Áustria e a Hungria formavam um único Estado, chamado Império Austro-Húngaro, resultante da união das no brezas dos dois países e sucessor do antigo império Habsburgo, entretanto desmembrado.
 O Império Austro-Húngaro foi definitivamente estabelecido em 1867, com a união das coroas austríaca e húngara numa monarquia dual. A sua criação ocorreu como resposta ä perda de influência-política da Áustria na Europa Central e ao surgimento de movimentos nacionalistas dentro de cada um destes dois Estados. Este acordo estabeleceu a existência de dois parlamentos, duas constituições, duas línguas e dois governos diferentes. Os húngaros magiares tomavam conta dos destinos da Hungria e os austríacos-germânicos controlavam a Áustria. Apenas os assuntos com o estrangeiro e a decisão sobre a guerra e as finanças eram controlados por um monarca e um governo comuns. 
Rapidamente, porém, começaram a surgir problemas. O direito ao voto estava reservado às classes dominantes e o imperador podia, em caso de guerra, por exemplo; governar sem recurso ao parlamento. Por outro lado, e apesar do contro Vexercido sobre as populações, vários grupos nacionalistas de antigas nações anexadas — Sérvios, Croatas, Eslovacos, Checos, Eslovenos, Polacos, entre outros — ficaram de fora do processo político e sentiam-se excluídos. O Império Austro-Húngarosofreu, assim, durante a sua existência, vários conflitos étnicos dentro das suas fronteiras.
Após o final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, e por exigência do Tratado de Versalhes, este Estado viria a desaparecer, conforme veremos adiante.

Conceitos 
Capitalismo industrial e financeiro — Tipo de economia capitalista que se desenvolveu partir de meados do século XIX e que se caracteriza pelo investimento de capitais provenientes, sobretudo, da indústria, em bancos, na boisa e noutros meios financeiros. Muitos dos lucros assim obtidos eram de novo aplicados na indústria.
Igreja Ortodoxa — Conjunto dos cristãos do Oriente, que se desligou da obediência ao Papa em 1054.

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