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Textos poéticos, figuras de estilo, verbo

Introdução
Entre os vários tipos e estilos de textos, temos um que se destaca pela riqueza e também pela complexidade de sua formação: estamos falando do texto poético, uma expressão literária de grande importância. O texto poético pode ser classificado como aquele que é escrito em versos e que apresenta uma linguagem específica, com significados profundos e recursos especiais.
Os textos poéticos são escritos pelos poetas, a partir de experiências pessoais, sentimentos, fatos, reflexões, etc. O poeta pode ser considerado a voz do poema. O texto poético apresenta maneiras únicas de expressar algo por meio das palavras. É um texto expressivo, sensível, com ritmo e, até mesmo, uma musicalidade própria. Entretanto, nesta abordagem irá se tratar dos textos poéticos, juntamente com as figuras de estilo e o verbo.

Textos poéticos
Definição
Um texto é um conjunto de signos, codificados num sistema, com o intuito de transmitir uma mensagem. A poesia, por sua vez, está associada à carga estética das palavras, especialmente quando estão organizadas em verso.
O texto poético é portanto aquele que apela a diversos recursos estilísticos para transmitir emoções e sentimentos, respeitando os critérios de estilo do autor. Nas suas origens, os textos poéticos tinham um carácter ritual e comunitário, embora tenham aparecido outras temáticas ao longo dos anos. Os primeiros textos poéticos, por sua vez, foram criados para serem cantados.
O mais habitual é que o texto poético esteja escrito em verso e se chame poema ou poesia. Existem, no entanto, textos poéticos desenvolvidos sob a forma de prosa. Os versos, as estrofes e o ritmo compõem a métrica do texto poético, onde os poetas gravam o cunho dos seus recursos literários.
Os textos poéticos destacam-se pela inclusão de elementos de valor simbólico e de imagens literárias. Desta forma, cabe ao leitor ter uma atitude activa para descodificar a mensagem. 
No género poético, é evidenciada a estética da linguagem acima do próprio conteúdo graças a diversos procedimentos a nível fonológico, semântico e sintáctico. O texto poético moderno costuma caracterizar-se pela sua capacidade de associação e de síntese, com abundância de metáforas e de outras figuras literárias.

Elementos de textos poéticos
Sujeito poético – É quem fala sobre as experiências, sentimentos e vivências.
Verso – É cada uma das linhas que fazem parte do poema.
Estrofe – É o conjunto de versos separados com um espaço em branco. As estrofes podem ser monósticas, dísticas, tercetas, quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas e décimas.
Rima – É todo som semelhante apresentado no final dos versos. As rimas acompanham um esquema rimático e podem ser emparelhadas, cruzadas ou interpoladas. Os versos que não rimam são chamados de versos soltos.
Métrica – Diz respeito à medida do verso (número de sílabas métricas gramaticais).

Figuras de estilo
A figura de estilo é uma forma de enunciar um significado através de uma palavra ou expressão que no é o termo «próprio» que não costuma ser usado para esse significado. As figuras de estilo dividem-se em três grandes grupos: figuras de linguagem, figuras de sintaxe e figuras de pensamento.

Principais figuras de pensamento
Figuras de estilo
A figura de estilo é uma forma de enunciar um significado através de uma palavra ou expressão que não é o termo «próprio», que não costuma ser usado para esse significado. As figuras de estilo dividem-se em três grandes grupos: figuras de linguagem, figuras de sintaxe e figuras de pensamento. 

As principais figuras de pensamento são:
Interrogação retórica – É uma pergunta que se faz, não para obter resposta, mas, geralmente, para deixar o receptor a pensar sobre o assunto ou para dar seguimento à exposição da ideia do emissor.
Ex: Quem teria coragem de permanecer na sua Pátria num clima de tensão?!

Exclamação – Expressão espontânea de um vivo e súbito sentimento de dor, de alegria, de pesar, de admiração, de cólera, entre outros.
Ex: Que lindo dia deverão! 

Hipérbole – Exagero da verdade das coisas, quando se quer enfatizar uma grande quantidade ou conferir muita intensidade.
Ex: Estou a morrer de sede!

Apóstrofe – Interrupção brusca do assunto para o orador ou o escritor se dirigir a uma pessoa ou coisa, presente ou ausente, real ou fictícia.
Ex: Ó glória de mandar, ó vã cobiça
 Desta vaidade a que chamamos fama! 
Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas 

Prosopopeia, personificação ou animismo – Introdução no discurso de pessoas ausentes ou mortas, divindades, animais ou seres inanimados a quem se atribui fala, acção e sentimentos próprios das pessoas.
Ex: A cidade está cheia de prédios que rasgam os Céus.

Perífrase – Emprego de muitas palavras para transmitir um significado que geralmente é dado por uma só palavra ou por uma expressão mais curta. Costuma usar-se para evitar uma repetição, ou para definir um conceito, ou ainda para revelar/explicitar um dado.
Ex: Na tristeza das horas sem luz
em vez de
Na tristeza dos noites 

Antítese ou contraste – Oposição de duas expressões, para significar algo que é aparentemente contraditório.
Ex: Uma doce tristeza!
Noémia de Sousa, Sangue Negro

Gradação – Disposição das palavras e ideias por ordem crescente ou decrescente da sua significação.
Ex: Por uma omissão perde-se uma inspiração; por uma inspiração perde-se um auxílio; por um auxílio, uma contrição; por uma contrição, uma alma.
Padre António Vieira, Sermão da Primeira Dominga do Advento 

Verbos
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos:
ação (correr);
estado (ficar);
fenômeno (chover);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Classificação dos Verbos
Os verbos são classificados da seguinte forma:
Verbos Regulares - Não têm o seu radical alterado. Exemplos: falar, torcer, tossir.
Verbos Irregulares - Nos verbos irregulares, por sua vez, o radical é alterado. Exemplos: dar, caber, medir. Quando as alterações são profundas, eles são chamados de Verbos Anômalos; é o caso dos verbos ser e vir.
Verbos Defectivos - Os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as pessoas, tempos e modos. Eles podem ser de três tipos:
1. Impessoais - Quando os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não tem sujeito) e são conjugados na terceira pessoa do singular, são verbos impessoais. Exemplos: chover, trovejar, ventar.
2. Unipessoais - Quando os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira pessoa do singular ou do plural, são verbos unipessoais. Exemplos: ladrar, miar, surtir.
3. Pessoais - Quando os verbos têm sujeito, mas não são conjugados em todas as pessoas, são verbos pessoais. Exemplos: banir, falir, reaver.
Verbos Abundantes - Os verbos abundantes são aqueles que aceitam duas ou mais formas. É comum ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto, segurado e seguro.

Estrutura das Formas Verbais
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:

fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse (indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) 
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam(indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Conclusão
Fim do trabalho pôde concluir-se que a leitura de um poema oferece uma ampla gama de possibilidades. Assim, o texto poético costuma ter uma característica única: expressa sentimentos dirigidos para comover o leitor. Sua forma gráfica se apresenta em versos acompanhados de espaços em branco. Por outro lado, as palavras incorporam certa musicalidade e um sentido do ritmo implícito.
Pôde constatar-se ainda que as figuras de estilo ou figuras de retórica são estratégias que o orador (ou escritor) pode aplicar ao texto para conseguir um determinado efeito na interpretação do ouvinte (ou leitor). Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintácticos das palavras afectadas. O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjugação é feita mediante as variações de pessoa, número, tempo, modo, voz e aspeto.


Bibliografia
KAYSER, Wolfgang (1976): Análise e Interpretação da Obra Literária [4ª Ed. revista pela 16ª alemã por Paulo Quintela]: Arménio Amadado, Editor, Sucessor: Coimbra.
CUNHA, Celso (1976): Gramática do Português Contemporâneo [6ª Eed. revista]: Editora Bernardo Álvares, S. A..Belo Horizonte.
PINTO, José M.; PARREIRA, Manuela; LOPES, M. do Céu Vieira: Gramática do Português Moderno: Plátano Editora. Porto.
ALVES, Manuel dos Santos (1978): O Texto Literário __ Linguística, Poética, Estilística, Géneros Literários, Textos: Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa.
FIGUEIREDO, Jorge V., BELO, Maria Teresa (1985): Comentar Um Texto Literário: Editorial Presença. Lisboa.

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