Durante o período fascista houve uma intensificação da colonização. Colonos portugueses, camponeses vítimas de uma grande exploração na sua terra e a quem eram prometidas melhores condições de vida, eram enviados para Moçambique, servindo como instrumentos da classe dominante portuguesa. Estes colonos eram instalados nas zonas rurais, em terras que o governo português expropriava aos moçambicanos, seus legítimos donos. Estas terras assim ocupadas pelos colonos portugueses, constituíam os colonatos.
Ao mesmo tempo, deu-se um crescimento nos serviços públicos e nas empresas particulares, o que originou a vinda de mais portugueses.
Os moçambicanos, sujeitos a uma forte discriminação racial, não eram admitidos nesses serviços ou empresas, a não ser para desempenharem funções de auxiliares. Mesmo os que realizavam tarefas idênticas às dos portugueses, recebiam salários muito menores.
A discriminação racial estava estabelecida pela lei colonial, que dividia as pessoas em três categorias: os portugueses, os indígenas e os assimilados.
A primeira categoria era formada pelos europeus, provenientes de Portugal, e por todos os seus descendentes. sendo os únicos que tinham todos os direitos.
Os indígenas, que constituíam a maioria do Povo moçambicano, formavam a camada mais explorada da população. Não tinham direitos e eram considerados inferiores. Estavam sujeitos a toda a espécie de discriminação, sendo obrigados a apresentar um documento de identidade, a caderneta, sem a qual eram presos e enviados para trabalhar, sem receberem nada nas plantações, na construção de estradas e noutros trabalhos pesados.
Por fim, existia a terceira categoria, constituída por alguns moçambicanos que, por saberem falar e escrever a língua portuguesa e terem condições económicas mais favoráveis, não estavam sujeitos a uma discriminação tão grande. Eram os assimilados.
Uma das condições para se ser assimilado. ou «civilizado», era renunciar à cultura moçambicana, espezinhada e considerada inferior pelos colonialistas.
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