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O Reino de Manica

A dinastia Chicanga, do totem nguruve (porco selvagem), remonta, pelo monos, ao início do Sec. XVI. Admite-se a sua relação estreia com os Macombes do Báruè.

Os Manicas conservam a tradição de haverem suplantado primitivas populações, desconhecedoras de fogo, dirigidas pelas linhagens Muponda e Muchena, dos toténs nhere e chava. As pesquisas e datações arqueológicas efectuadas nos amuralhados regionais apuraram ligações com o Grande Zimbábuè, mais antigas do que é sugerido por estas e outras tradições.

O terreno acidentado, atravessado por rios de caudal permanente, correndo sobre veios de quartzo aurífero, fizeram com que, desde o início do intercâmbio com o Oceano Índico, a sua economia se baseasse sobretudo na exploração mineira e na actividade comercial. Embora dispusessem de solos férteis, bem irrigados, com boas pastagens naturais, os seus habitantes tinham que comprar alimentação em Teve e no Báruè. É que a amenidade do clima e a menor incidência das doenças tropicais, juntavam-se às águas correntes para facilitarem a proliferação humana e pecuária. O ouro, por difícil que fosse a sua extracção, constituía um rendimento suplementar graças ao qual podiam ser comprados tecidos e missangas. Estes bens permitiam a aquisição de gado bovino para pagamento da compensação nupcial nos casamentos polígamos.

Além de tudo isto, o território compreendia a passagem natural entre as montanhas, numa das principais rotas entre o interior e o porto de Sofala. Surge na documentação portuguesa logo «m 1512. O rei, com o título de Chicanga, aparece mencionado em 1575.

Vasco Fernandes Homem, na tentativa que realizou em 1574-75 para atingir o Estado dos Mutapas, desembarcando as suas forças em Sofala, foi bem recebido em Manica, pelas razões que apontámos. Mas cedo decidiu retirar-se quando reconheceu que a exploração directa das minas exigia tão consideráveis recursos materiais e humanos que seria mais lucrativo obter o ouro por meio de trocas comerciais. O Chicanga assinou um tratado pelo qual se comprometeu a facilitar as actividades mercantis dos súbditos portugueses. Em compensação, o capitão de Sofala pagar-lhe-ia um tributo anual de 200 peças de algodão.

O poderio militar dos Chicangas era relativamente elevado. Podia mobilizar cerca de 2000 guerreiros para campanhas além-fronteiras. A reserva, para defesa interna, ascendia a 3000 homens de armas.

H. H. K. Bhila, o pesquisador que mais sistematicamente estudou a história dos Manicas, duvida que os Chicangas tivessem com os Mutapas qualquer relação de vassalagem durante o Sec. XVI.

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