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Os Rongas em Moçambique

Apesar de fazerem parte do grupo étnico conhecido outrora por Landim e modernamente por Tsonga, a história dos Rongas afigura-se merecedora de especial desenvolvimento, já que possuímos compreensão relativamente satisfatória dos profundos efeitos políticos e económicos desencadeados pelo movimento comercial cedo iniciado com as embarcações europeias e asiáticas que procuravam a baí. 
A supremacia mantida, durante o Século XVI, pelos Estados que ocupavam a margem sul, deve-se, provavelmente, ao facto de actuarem, como intermediários quase exclusivos e muito ciosos, entre as densas populações que habitavam as férteis e salubres escarpas do Drakensberg, e os diversos traficantes que ofereciam tecidos, missangas e ornamentos, em troca de marfim, âmbar e pontas de rinoceronte. 
A documentação portuguesa sugere que o Inhaca constituiu um reino relativamente extenso no Séc. XVI.
Controlava todo o território a leste do rio Maputo e também uma área considerável em direcção ao sul. Quando, em 1533, atingiu a baía, Pantaleão de Sá, um dos náufragos do galeão «S. João», foi solicitado pelo rei de Inhaca para o auxiliar na guerra que travava contra um rebelde. Efectivamente, juntou-se com os seus mosqueteiros a quinhentos guerreiros desse monarca, conseguindo-derrotar o revoltoso e confiscar-lhe todo o gado. 
Este expansionismo prosseguiu até ao final do século, chegando a atingir a baía de Santa Lúcia. Os náufragos do «Santo Alberto» encontraram, em 1593, antes do rio Tugela, um chefe angune denominado Cucubala, que acusou o rei de Inhaca de o haver despojado das suas terras. 
Pouco depois de haverem iniciado o seu comércio regular com a baía, foram os Portugueses forçados a abandonar a margem sul devido aos constantes conflitos em que se envolveram com os Tembes. Contudo, as suas práticas mercantis também indignaram as populações da Manhiça e de Inhaca. Em 1593, as primeiras chegaram ao ponto de saquear uma embarcação, em vingança de crimes pretensamente cometidos pelo comandante. 
Do que se sabe sobre a história dos Rongas ressalta um importante aspecto da estrutura política. Embora o primogénito fosse legalmente o sucessor, era comum surgirem pretendentes a desafiar esta norma consuetudinária. As rivalidades conduziam, com frequência, a lutas armadas. Outras vezes tramavamjse intrigas contra os monarcas. 
Para combater esta tendência, parece que bastantes chefes partilhavam com os herdeiros o exercício do poder, na 'esperança de que a sucessão se operasse harmoniosamente. Tal não conseguiu evitar disputas. Os impulsos separatistas dos segmentos juniores evidenciavam um problema estrutural. 

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