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População e Ambiente em Moçambique

Em Moçambique, os problemas ambientais, no seu sentido mais restrito, relacionam-se com a degradação do solo, erosão, desflorestamento, redução da fauna, poluição do ar, das águas, destruição de mangais e queimadas descontroladas.

Nas zonas rurais, os problemas ambientais resultam de uma exploração inadequada dos recursos pela população no processo da satisfação das suas necessidades básicas. Em particular, a degradação dos solos manifesta-se por: uma desigualdade na distribuição de terras de cultivo e, consequentemente crescente uso de terras com grande declive ou pouco férteis, o que acelera o empobrecimento; práticas inadequadas tais como:

  • a queima e corte de árvores para a abertura de machambas;
  • utilização indevida dos agro-químicos;
  • gestão e manutenção inadequada dos sistemas de regadio; e
  • drenagem que dão origem à salinização, alcanização e erosão dos solos;
  • abate indiscriminado das florestas para a produção de carvão vegetal e queimadas que resultam na erosão e empobrecimento dos solos.
A tendência de concentração ao longo da costa, tem contribuído para uma pressão demográfica nessa região, provocando a exploração não controlada de mangais e outros recursos florestais conduzindo ao aumento de problemas de erosão, extinção de espécies raras, entre outros. No canal de Moçambique, a qualidade ambiental, está sendo ameaçada pelos sistemas de saneamento deficientes, obsoletos e pelo tráfego de petroleiros.

A nível urbano, os problemas ambientais apresentam características peculiares, resultantes de uma forte e desordenada concentração populacional. Com efeito: grande parte das cidades possuem sistemas de saneamento deficientes e obsoletos; falta generalizada de sistema de esgotos nas zonas suburbanas, contribuindo para a contaminação do ambiente local com reflexos directos nos índices de doenças infecciosas como as parasitárias, malária, bilharziose, cólera e diarreia; deficiente gestão dos resíduos; ausência de uma gestão racional do espaço urbano.

A consequência dos inúmeros problemas ambientais urbanos existentes é a deterioração da qualidade de vida de da população, já em si bastante afectada por outros factores, como seja: o desemprego, baixo rendimento dos agregados familiares, insegurança alimentar e insuficiência dos serviços básicos de saneamento. Em conjunto, todos estes problemas de natureza sócio-económica e demográfica afectam de maneira incisiva a qualidade de vida da população nas zonas rurais.

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