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Taxa de Fecundidade e Reprodução em Moçambique

De acordo com os dados do IDS97, a taxa bruta de natalidade é estimada em 45.2 por 1000 habitantes. A taxa global de fecundidade (TGF) para o período 1992-1997 é estimada pela mesma fonte em 5.6 filhos por mulher, sendo 5.8 nas áreas rurais e 5.1 nas áreas urbanas.

Pelo menos à primeira vista, estes dados sugerem uma diminuição da fecundidade relativamente às décadas passadas: de 7 filhos por mulher, nas décadas de 50 e 60, o TGF foi estimada em 6.4 em 1980 e 6.2 em 1991. Porém, outros dados no próprio IDS97 sugerem que a taxa de fecundidade actual manteve-se praticamente constante ou registou uma redução muito ligeira relativamente a 1980.


O IDS97 proporciona fortes evidências sobre a existência de mudanças reais no comportamento reprodutivo das mulheres moçambicanas; as mulheres rurais tem actualmente 0.7 filhos a mais do que as mulheres urbanas; em 1980, este diferencial era de 1.2 filhos entre as áreas urbanas e as rurais. Também, as taxas específicas de fecundidade das mulheres alguma vez casadas, por duracao do primeiro casamento ou união de facto, apontam para uma diminuição da fecundidade nos últimos vinte anos, com a excepção das uniões com menos de cinco anos de duração.

Os níveis de fecundidade variam significativamente em termos regionais, principalmente segundo as províncias. As províncias de Manica e de Tete apresentam as TGF mais elevadas, 7.7 e 7.1 filhos por mulher, respectivamente, enquanto a Cidade de Maputo apresenta a TGF menor, 4.0 filhos por mulher. Quanto à escolaridade, observa-se um menor número de filhos à medida que as mulheres aumentam o seu nível educacional. A maior diferença situa-se na passagem do nível primário (5.7 filhos) para o secundário e mais (3.6 filhos).

O IDS97 fornece também uma informação rica sobre o comportamento reprodutivo e sexual da população. A idade mediana na época da primeira união é 17 anos, para as mulheres, e 22 anos para os homens. Contudo, a idade mediana na primeira relação sexual é de 15.9 anos para as mulheres e 18.3 anos para os homens. Ou seja, as mulheres começam a sua experiência sexual aproximadamente um ano antes de se unirem ou casarem, e dois anos e meio mais cedo do que os homens.

A idade mediana do início da procriação é 19 anos, sendo idêntica nas areas urbanas (18.9 anos) e nas rurais (19.1 anos). As mulheres casadas e unidas, que representam 74% de todas mulheres em idade reprodutiva, têm em média 4 filhos por mulher, dos quais 3 estão actualmente vivos.

Em Moçambique 40% das adolescentes já iniciaram a maternidade. Por idades simples, esta percentagem atinge o seu valor mais elevado nas adolescentes de 19 anos (66%). Mais de 40% das mulheres desejam seis ou mais filhos. O número médio ideal de filhos para as mulheres é 5.9 contra 7.4 para os homens.

O conhecimento dos Moçambicanos relativamente a métodos anticonceptivos modernos e mesmo tradicionais é muito baixo, tanto entre as mulheres como entre os homens. Aproximadamente 40% de mulheres e 33% de homens não conhecem nem um método anticonceptivo moderno. E, de facto, entre as pessoas que conhecem algum método anticonceptivo conhecem melhor os métodos modernos do que tradicionais.

Apenas cerca de 13% de mulheres e 20% de homens alguma vez usaram algum meio anticonceptivo moderno na sua vida. O uso actual de métodos modernos é de 5% para as mulheres em união, sendo as injecções e a pílula os métodos que apresentam maior prevalência de uso (2,3% e 1,5%, respectivamente).

O padrão de prevalência por idade mostra um aumento do uso à medida que a idade das mulheres avança, passando de menos de 1% entre as mulheres de 15 a 19 anos a 9% nas de 35-39 anos. Nas mulheres de 40 anos e mais, a prevalência de uso baixa para 7%. Quanto ao uso de cada método específico por grupos de idade, as mulheres em união nos grupos de idade de menos de 40 anos usam principalmente a pílula e os injectáveis. Já as mulheres de 45-49 anos usam principalmente a esterilização feminina, o que sugere que em tais idades as mulheres desejam limitar e não tanto espaçar os nascimentos.

Mais de 90% das mulheres de 15-19 anos desejam ter filhos. Entre estas, 39% desejam ter os seus filhos dentro dos próximos dois anos; 38% querem ter filhos depois esperarem dois ou mais anos; e 14% desejam mais filhos mas não estão certas de quando. Pelo contrário, a proporção de mulheres que deseja filhos passa de 91% no grupo de mulheres de 15-19 anos, a 73% nas de 30-34, e 29% nas de 45-49 anos.

A procura total de P.F. na zona urbana é três vezes maior (24%) do que na área rural (8%). Do mesmo modo, o uso actual de contracepção é cerca de cinco vezes maior na zona urbana do que na área rural (15% contra 3%). Por seu turno, a necessidade não satisfeita é maior nas áreas rurais (70%) do que nas áreas urbanas (34%).


Finalmente, a procura total de P.F. encontrava-se significativamente associada ao nível educacional das mulheres em união; de 8% nas mulheres sem escolarização até 33% nas com ensino secundário ou superior. No entanto, a necessidade não satisfeita de P.F. é maior nas entrevistadas com o ensino primário do que nas mulheres sem escolarização (8% contra 5%) e, por fim, apenas 3% por cento no grupo de maior escolaridade.

O nível de conhecimento da existência do SIDA é bastante elevado: 82% de mulheres e 94% de homens conhecem ou já ouviram falar de SIDA. A maior percentagem das pessoas que já tinham ouvido falar de SIDA é das províncias que possuem actualmente as mais altas prevalências de HIV/SIDA no país: Tete ( mulheres e homens 97%), Manica (mulheres 94% e homens 96%) e a capital do país Cidade de Maputo (mulheres 95%, homens 97%). Os inquiridos residentes em zona urbana têm em média três ou mais fontes de informação, enquanto os inquiridos residentes nas zonas rural têm suas. A rádio, a televisão e jornal são as fontes de informação muito mais comuns na zona urbana que na rural.

Contudo, estes altos níveis de conhecimento da existência do SIDA não correspondem a um conhecimento adequado sobre as formas de transmissão desta doença. Cerca de 40% de mulheres e 38% de homens afirmaram que não existia nenhum meio para evitar contrair o SIDA. Dos restantes inquiridos cerca 66% de mulheres e 46% de homens não conheciam nenhum meio para evitar o vírus de SIDA. Somente cerca de 34% de mulheres e 54% dos homens conheciam pelo menos um meio para evitar contrair o SIDA.

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