Para que Filosofia?
Muitos fazem uma pergunta: afinal, para que Filosofia?É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, porexemplo, para que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Paraque história ou sociologia? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomiaou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo achamuito natural perguntar: Para que Filosofia?
No entender de Marilena Chaui (2002: p.10) “A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual omundo permanece tal e qual”. Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso,se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre distraído, com a cabeça nomundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que sãoperfeitamente inúteis.
AFilosofia seria a arte do bem viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, aliberdade e a vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limitesaos nossos desejos e paixões, ensinando-nos a viver de modo honesto e justo nacompanhia dos outros seres humanos, a Filosofia teria como finalidade ensinar-nos a virtude, que é o princípio do bem-viver (idem: p.11).
Abordagem do conceito “Filosofia” pelo seu objecto de estudo
O filósofo situa-se perante o seu objectonuma atitude diferente de qualquer outro conhecedor; de acordo com José Ortega Y Gasset (filósofo espanhol do século XX), admite que a Filosofia tem um objecto próprio “que não é nenhum dos restantes objectos”, pois ele “é o objecto integral, o autentico todo, o que não deixa nada de fora”.
A primeira característica que distingue a filosofia de outras ciências ou formas de saber é porque ela “estuda toda a realidade ou pelos menos, procura oferecer explicação completa e exaustiva de esfera particular da realidade”, isto é, “a filosofia estuda a todo, a totalidade do real” (Mondin, 2008: 8).
Enquanto as ciências têm como objecto de estudo uma parte, uma determinada área da realidade material ou imaterial, a Filosofia procura compreender “a totalidade do real” material e imaterial; ela procura compreender “o universo no seu todo, ou seja, a totalidade do universo”. Esse todo, que é o objecto da Filosofia, não é uma mera soma das partes, mas antes algo integralmente organizado, estruturado. Por isso é que se pode filosofar a partir de qualquer objecto, fenómeno ou facto, uma vez que, qualquer nque seja, é no todo que se encontra o seu lugar e o seu fundamento último, que no final das contas é o fundamento primeiro (Chambisse& Cossa, 2013:p.18).
Abordagem do conceito “Filosofia” pelo seu método (a reflexão crítica)
Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retornoa si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para simesmo, interrogando a si mesmo.A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamentosobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível opróprio pensamento (Chaui, 2002: p. 12).
Igualmente, o método da filosofia consiste em enunciar os problemas com clarezae examinar com espirito crítico as diversas soluções. É importante frisar que o metido envolve a “discussão racional” e “com espirito crítico”, cujos são acompanhados com a “atitude racional e atitude crítica”. O método da filosofia, diz Battista Mondin (2008: p.8) é o da justificação lógico-racional, pois a filosofia deseja oferecer explicação conclusiva e, para conseguir, serve-se da razão.
Bibliografia
- BORGES, José F; PAIVA, Marta; & TAVARES, Orlanda. Introdução à Filosofia 11ª classe. Maputo: Plural Editores, 2011.
- CHAMBISSE, Ernesto D; & COSSA, José Francisco. Filosofia 11ª classe. Maputo: Texto Editores, 2013.
- CHAUI, Marilena. Convite á Filosofia. S. Paulo: Edições Ática, 2002.
- MENDES, Ademir A. P; BORGES, Anderson de Paula; KESTRING, Bernardo; etall. Filosofia: ensino Médio. 2ª edição. Brasil, 2007.
- MONDIN, Battista. Curso de Filosofia: os filósofos do Ocidente. 15ª Edição. S. Paulo: Paulus, 2008.
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