São muitos os modelos baseados na estrutura interna das cidades. Aqui vão ser apresentados dois modelos: os Burges e de Hoyt.
O modelo concêntrico de Burgess pretende oferecer uma descrição generalizada da estrutura residencial num determinado tempo, verificando a influência de processos ecológicos nessa estrutura.
O modelo de Burgess parte dos seguintes pressupostos implícitos:
- heterogeneidade cultural e social da população, o que implica uma grande variação nas características desta,
- economia da cidade baseada, fundamentalmente, no comercio e na industria,
- propriedade privada do solo e competição economia pelo espaço,
- área e população da cidade em franca expansão,
- transporte com igual facilidade, rapidez e custo em toda as direcções dentro da cidade,
- concentração no centro da cidade de uma parte fundamental do emprego, perto dele, as reservas de espaço são limitadas, ficando este sujeito a uma competição intensa, o que faz aumentar o seu valor, ao contrario do que sucede na periferia,
- inexistência da áreas mais ou menos atractivas com base nas diferenças do solo,
- inexistência de concentração de industria pesada,
- nenhum vestígio na área da cidade de antigos padrões do uso da terra.
O modelo concêntrico não se refere a uma cidade estática, sob influencia da ecologia humana, desenvolvida a partir de 1915 para estudar os processos de competição entre indivíduos, grupos e instituições humanas, adaptadas para uma ecologia urbana, procura-se, neste caso, descrever a sequencia de acontecimentos referentes ao crescimento das cidade,
O centro da cidade é, em principio, o local desejável para a instalação do comercio e serviços em função da sua acessibilidade, convergindo para ela pessoas e estabelecimentos novos. Como nem todos se podem ali estabelecer, inicia-se o processo de segregação e pressões centrifugas, isto é, cada área vai pressionando a sua envolvente.
Este modelo concêntrico de Burgess não foi mais do que a tentativa de adaptação do modelo de Von Thunen ás áreas urbanas. Ele baseou-se essencialmente em estudos empíricos realizados em Chicago, tento definido áreas concêntricas em torno do núcleo dominante, o CBD, situado no ponto de maximal acessibilidade. Á volta destes dispõem-se sucessivamente áreas caracterizadas por uma combinação especifica de usos de solo e densidade. Uma área de transição eu vai sendo invadida pelo comercio e pela industria ligeira, trata-se de uma área de invasão constituída no inicio por casas subdividas e ocupadas pelos recém-chegados á cidade.
O terceiro circulo é ocupado por habilitações dos trabalhadores da industria proveniente da área 2. A área 4 é a área residencial, com apartamento para as classes sociais mais elevadas. Trata-se em geral de áreas exclusivamente com residências unifamiliares. Já a área 5 fica para além dos limites da cidade, e trata-se de uma área de comutação dos migrantes diários, constituída por espaços suburbanas ou cidades-satélites, estendendo-se por uma distancia máxima que se situa entre 30 e 60 minutos a partir do CBD.
O modelo sectorial foi formulado por Homer Hoyt, em 1939. Trata-se de um modelo sobre a estrutura e o crescimento das cidades, elaborado a partir da observação de cidade americanas.
Neste modelo, parte-se do principio de que os moradores de uma cidade tendem a movimentar-se preferencialmente ao longo dos principais eixos de transporte, que, por razões de desenvolvimento histórico das áreas urbanas, dispõem-se radialmente. Assim, a população com determinado nível socioeconómico, que à partida tem habito semelhantes, tem a sua área de interesse que se confina a um espaço que se estende do centro do á periférica ao longo de um mesmo eixo. O resultado é a formação de sectores circulares com características muito homogéneas, constituído uma estrutura definida mais pelas direcções que pelas distancias.
Hoyt baseou-se mesmos pressupostos de Burgess, com excepção destes, ¨transportes com igual facilidade, rapidez ecusto em todas as direcções dentro da cidade¨.
Por sua vez, Walter Christaller apresentou a teoria dos lugares contrais, defendendo que os espaço económicos tendem a organizar-se segundo o principio da centralidade, ou seja, a centralidade é uma tendência natural. Assim, a complexidade na hierarquia das localidades centrais é consequências da localização diferenciadas das classes sociais no mesmo espaço, ou seja, aparece como fruto da segregação socioespecial.
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