Google logo  MAIS PARA BAIXO  Google logo

Ad Unit (Iklan) BIG


O Tráfico de Escravos na África Ocidental

Na África ocidental o tráfico de escravos tenha exercido, de qualquer forma evidente, efeito negativo sobre o volume da população. O período crucial deve ter sido o século XVIII, uma vez que se calculou já que uma média aproximada de 38 000 pessoas foi levada anualmente do litoral compreendido entre Senegal e os Camarões, e talvez umas 4 000 através do Sara. Conquanto só se possa proceder a uma estimativa muito sumaria, não se afigura que uma perda de população desta ordem seja susceptível de causar danos excessivamente significativos.


A população e as taxas de crescimento actuais sugerem que no ano 1700 a população da África ocidental não terá sido muito inferior a 25 000 000. O excesso de nascimentos relativamente às mortes deve ter sido da ordem de 0,15% ao ano, no começo do século XVIII, e mais próximo de 0,19% nos finais desse século. Dado que 42 000 representam cerca de 0,17% de 25 000 000, é pouco provável que a perda directa de população devido ao tráfico negreiro durante o século XVIII tivesse como efeito mais do que suster o crescimento demográfico. Em outros períodos, os seus efeitos devem ter sido relativamente menores.

Este é, na realidade, um cálculo muito superficial, mas na ausência de uma informação muito precisa acerca das populações da África ocidental durante a era do tráfico de escravos, pouco se pode fazer para a corrigir.

É evidente que a taxa média anual de perdas no século XVIII pode ocultar desvios consideráveis da média, a ponto de poder ter havido períodos em que a pressão das exportações de escravos sobre a população foi consideravelmente maior do que a média indica. Em certa medida, isto aconteceu efectivamente. A aceleração da exportação de escravos que se iniciara no século anterior prosseguiu ate cerca de 1740, e nota-se que um certo declínio depois de 1780.

Considerando a totalidade do século, a variação máxima relativamente à média é apenas de cerca de 25%, e de um modo geral o que chama a atenção é mais a consistência dos dados anuais, em especial a partir da década 40, das as suas variações.

É também óbvio que a capturarão de escravo não deve ter sido uniformemente praticada em toda extensão da costa, a ponto de certas zonas África ocidental terem sido mais seriamente afectadas do que o podem surgir os números globais. Existem, no entanto, indícios de que os números de escravos exportados de cada parte da costa estavam em proporção com a dimensão da população de provinham. Assim, à medida que procura aumentou, a solução encontrada foi ir buscar mais escravos à costa a leste da Costa do Ouro. Excepto em circunstâncias especiais, como as criadas pela jihada no Futa Jalon, o contributo da Alta Guiné para o tráfico registou uma tendência para o declínio.

A situação do tráfico e venda de escravos na África Ocidental
Actualmente, esta parte da África ocidental a leste de uma linha que corresponde mais ou menos à fronteira ocidental do actual Gana (quer dizer da antiga Costa do Ouro) e que se estende para norte até encontrar o Níger e o Sara em Tombuctu, embora tenha a mesma extensão da área a oeste dessa linha, contém cerca de duas vezes e meia mais população que esta ultima.


Em geral, é possível inferir que as comunidades da África ocidentais vendiam escravos para exportação segundo as suas possibilidades de o fazer sem causar sérios prejuízos às suas populações e economias e às suas perspectivas de crescimento. Parece provável que, à medida que se desenvolveu o trafico de escravos em cada troço determinado da costa, se antigiu geralmente um nível de exportações que depois disso raramente foi ultrapassado, e normalmente só quando a situação politica ou militar era invulgar. Isto pode concretizar-se através das estimativas apresentadas para o número de escravos exportados das várias regiões da África occidental durante o século XVII.

Deve notar-se que, enquanto nos primeiros tempos do tráfico de escravos da África ocidental os europeus capturavam por vezes eles próprios também alguns escravos, no século XVIII foi muitíssimo raro os escravos serem obtidos a não ser por compra aos governantes africanos ou aos mercados que frequentemente actuavam ao abrigado de uma espécie de aos mercadores que frequentemente actuavam ao abrigo de uma espécie de licença ou controlo régios.

Artigos relacionados

Enviar um comentário


Iscreva-se para receber novidades