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Teorias Geomorfológicas

Teoria geomorfológica é o conjunto de conceitos e regras que condicionam todo trabalho científico, o que permite a cada pesquisador estruturar seu trabalho e nortear seu modelo explicativo sobre a dinâmica evolutiva da paisagem.

A teoria geomorfológica é uma ideia que se encontra no conhecimento geomorfológico que diz que o modelado terrestre evolui como resultado da influência exercida pelos processos morfogenéticos
Para a explicação da evolução do modelado terrestre, foram criados modelos e teorias em geomorfológica onde destacam-se:

Teoria da Tectónica de Placas
Placa tectónica é uma porção de litosfera limitada por zonas de convergência, zonas de subducção e zonas conservativas.
Esta teoria foi formulada por J. Morgan, em 1967, na qual defendia que a crosta terrestre era constituída por cerca de vinte (20) blocos rígidos, os quais se movimentavam uns em relação aos outros.
As primeiras observações de grandes similaridades entre os contornos do Leste da América do Sul e Oeste de África foram feitas, em 1620, por Bacon. Entretanto, coube a Pellegrini, em 1958, a formulação da ideia de que as costas dos dois continentes mais eram que duas fáceis provenientes da quebra e separação de uma massa única e continua.
Mais tarde, Le Pichon retomou esta hipótese reduzindo o número de blocos de 20 para 6 e apresentou um modelo do seu movimento relativo à escala global.
As placas crescem devido ao alastramento dos materiais que continuamente saem dos ríftes e são destruídas nas zonas de Benioff. Entretanto este crescimento provoca-lhes movimentos relativos que permitem a distinção de três diferentes tipos de limites que são:
  • Limites divergentes, onde as placas afastam-se uma vez que a subida de materiais do manto forma nova crosta oceânica;
  • Limites convergentes, onde as placas aproximam-se, chocam-se e uma mergulha-se sobre a outra, sendo reabsorvida pelo manto; e
  • Limites de fracturas transversais em que as placas sofrem movimentos tangenciais, deslizando uma ao longo da outra sem alteração.
Se o choque ocorre entre duas placas continentais, nenhuma mergulha mas as margens vão enrugar-se formando cadeias montanhosas como é o caso das cadeias montanhosas dos Alpes; quando colidam duas placas oceânicas, uma delas mergulha, e a consequente é absorvida pelo manto, enrugando os sedimentos e acumulados, formando-se assim as cadeias montanhosas submarinas como é o caso do arquipélago do Japão, e quando colidam uma placa continental e uma oceânica a mais densa mergulha, formando cordilheiras como é o caso dos Andes na América do Sul.

A Teoria do Ciclo da erosão
Erosão é o processo sofrido pelas rochas em que as mesmas vão sendo desagregadas (por meio do intemperismo químico e físico) até se tornarem areia e argila.
A teoria do ciclo geográfico foi proposta por William Morris Davis que apresenta uma concepção finalista sistematizada na sucessão das formas de um ciclo ideal que procura uma terminologia. Este modelo se apoia na elaboração de três fases no processo da evolução do modelado terrestre nomeadamente juventude, maturidade e senilidade, podendo retornar novamente a uma fase de juventude através de movimentos epirogenéticos caracterizando um processo de rejuvenescimento do relevo.
O ciclo geográfico representa a primeira concepção desenvolvida de modo mais completo, pois nos tempos passados as formas de relevo eram explicadas pelos processos, mas nunca foram colocadas em séries evolutivas coerentes.
Porém, a contribuição desta teoria foi a de sistematizar a sucessão das formas em um ciclo ideal e procurar uma termologia. Esta teoria obteve sucesso porque havia qualidade em se adaptar os seus esquemas as observações panorâmicas da paisagem geomorfológica, e as designações do ciclo de erosão ou ciclo geomórfico são usualmente empregadas como sinónimos.
A teoria davisiana é o primeiro modelo evolutivo, foram desenvolvidos com base nas áreas temperadas húmidas, considerando-se que na vida dos seres há funções e aspectos que se sucedem invariavelmente do nascimento até a morte à sequência das fases sucessivas pelas quais passa o modelado a receber as designações antropomórficas de juventude, maturidade e senilidade.
A fase da juventude inicia quando uma região aplainada por movimentos rápidos tectónicos ou estáticos é uniformemente soerguido em relação ao nível de base, que é o nível do oceano no qual desembocam os cursos fluviais. Com a declividade o aplainamento foi aumentando, os rios foram encaixados e vaga erosiva remotante se espalha pelo curso principal, as vertentes tornam-se mais abruptas e os detritos acumulam-se nos sopés das vertentes formando telvegues, nos trechos formam-se pequenas planícies, surgindo muitas cascatas e rápidos que formam gargantas estreitas. Nesta fase, a grandeza das formas depende da amplitude entre o nível de base e as partes mais altas da superfície primitiva, onde se o desnível for grande surgem montanhas, os vales muito profundos terão uma secção transversal com V agudo, os afluentes desembocarão através de gargantas e rápidos ou cascatas; e se o desnível for menor os vales são menos profundos sendo preferencialmente estreitos como os antecedentes. As irregularidades dos declives e as ligações entre os talvegues são menos sensíveis e desaparecem muito depressa, e ao desmoronamento sucede o ravinamento e deslizamento de detritos surgindo a topografia de colinas.
A fase de maturidade é onde os progressos da erosão estão suficientemente desenvolvidos para que a erosão esteja perfeitamente organizada e o trabalho das forças harmoniosamente combinadas. O perfil longitudinal dos rios regulariza-se lateralmente, as rupturas de declives desaparecem do curso de água principais e das confluências dos rios principais, o entalhamento se faz de maneira lenta e como consequência do ritmo da erosão linear as vertentes alargam-se as declividades diminuem.
E para CRHISTOFOLETTI, a senilidade caracteriza-se por um rebaixamento lento do declive nas vertentes onde o ritmo evolutivo é mais intenso que os perfis longitudinais, pois qualquer que tenha sido o desnível entre a superfície primitiva e o nível de base, aquela superfície está destinada a desaparecer no fim do ciclo da erosão devido a intersecção das vertentes ao longo dos interfluvios, tornando-se uma sucessão de colinas rebaixadas cobertas por um manto contínuo de detritos intemperizados e separados por vales com fundo aluvial de largura considerável, a peniplanície.
O ciclo de erosão davisiana compreende portanto um rápido surgimento da área por uma acção tectónica e um longo período de actividade erosiva.
O ciclo geomórfico davisiano sofreu algumas alterações no inicio do séc. XX mas sem colocar em foco problemática fundamental, que è a sequência de fases até o aplainamento generalizado.

Teoria da Evolução do relevo
Esta teoria foi proposta por Luna B. Leopold e W. B. Langbein em 1962,onde usaram esta concepção na evolução das paisagens como um todo, empregando analogias simples como a termodinâmica. Esta teoria assenta-se sobre a existência de enumeráveis factores actuantes na forma do modelado.
As paisagens constituem respostas a um complexo de processos que na esculturação do relevo, essa complexidade é descrita pelas inúmeras variáveis envolvidas nomeadamente interacção, independência e mecanismos de retroalimentação. O mecanismo de cada processo assim como as de suas consequências podem ser perfeitamente conhecidas de maneira determinística.
A teoria central da distribuição pode ser descrita ou prevista, porém em nenhum momento do tempo é possível especificar as condições exactas para descrever um exemplo individualizado. Deste modo feito o estudo a um grupo de exemplos, encontra-se a possibilidade inerente entre os casos e as características individuais que compõe uma distribuição mais ou menos aleatória.
O desenvolvimento da paisagem envolve não somente a energia total disponível, mas a sua própria distribuição. Em analogia com as leis termodinâmicas, essa distribuição pode ser descrita como entropia. A entropia de um sistema é função da distribuição de energia disponível dentro do sistema e não em função da energia total dentro do sistema. Assim a entropia relaciona-se a ordem e desordem, onde o grau de ordem ou desordem pode ser descrito em termos de probabilidade ou improbabilidade do estado observado.
A distribuição de energia pode ser estudada como a probabilidade de ocorrer determinada distribuição em relação ao conjunto das possíveis distribuições alternativas. Em sistemas geomorfológicos a concepção estatística da entropia aplica-se no sentido de exprimir a posição altimétrica relativa de partículas de água e de sedimentos que no processo de evolução da paisagem, serão gradualmente carregados em direcção ao nível de base. O nível de base define o nível inferior, no qual a movimentação molecular torna-se zero.
Esta teoria apresenta perspectivas muito amplas e engloba o estudo histórico dos processos e das paisagens. Quando se pode especificar as probabilidades relacionadas com os vários estados alternativos de determinado sistema, está-se elaborando um processo estocástico no qual a história real descrita em determinada ocorrência, por isso não existem paisagens idênticas, as contingências relativas a energia e a matéria e as inter-relações espaciais e temporais entre os elementos são muito variadas e levam a resultados que podem ser semelhantes e não idênticos.
Portanto todas paisagens terrestres fazem parte de um mesmo processo estocástico, sendo que as diferenças na intensidade da energia e na distribuição da matéria são as responsáveis pelas diversidades individuais.
Qualquer canal fluvial representa um sistema no qual a energia potencial fornecida pela quantidade de água em determinada altitude é convertida em energia cinética da água fluindo e dissipada na fricção criada nas paredes delimitantes do canal. O fluxo de água de montante para jusante representa gasto de energia, a medida que se aproxima da foz, a transformação da energia processa-se simultaneamente com o aumento da entropia.
Considerando o canal fluvial um sistema aberto, expõe-se duas generalizações sobre a distribuição mais provável da energia, tendo em conta duas tendências em que a medida que uma se torna melhor realizada a outra se encontra prejudicada a saber: no sistema fluvial ao longo do canal, o potencial de energia gasto por unidade de área do leito permanece constante, há distribuição uniforme no desgaste da energia que é igual em todas as posições do perfil longitudinal; o potencial de energia gasto por unidade de comprimento do canal tende a ser igual em toda a extensão do curso de água.

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