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Artigos: definição, tipos, função, forma,

Introdução
Para indicar se um substantivo esta a ser empregue de maneira definida ou indefinida, ou ainda se para conhecer o género e o número dos substantivo é preciso um elemento gramatical muito importante, denominado artigo. Isto é, o artigo é a “palavra” que vem antes de um substantivo.
Desse jeito podemos identificar a importância e necessidade de estuda-lo, de modo a garantir o uso correcto deste elemento gramaticar muito importante. Assim sendo, neste trabalho visa abordar essencialmente sobre os artigos.

Artigos
Definição
Em termos gramaticais, artigo é uma palavra variável que antecede o substantivo e indica o gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural).
Dá-se o nome de artigo às palavras que se antepõem aos substantivos para indicar se esses têm um sentido individual, já determinado pelo discurso ou pelas circunstâncias, chamados definidos, ou se os substantivos não são determinados, chamados indefinidos.
- Os artigos o, a, os, as são denominados artigos definidos (quando identifica o substantivo de maneira precisa). Exemplo: O professor está ensinando os alunos.
- Os artigos um, uma, uns, umas são denominados indefinidos (quando se refere ao substantivo de maneira vaga). Exemplo: Comprou um caderno e uma caneta.

Tipos de Artigos
Os artigos são classificados em:
1. Artigos Definidos ¬– (o, a, os, as): palavras determinam o substantivo de forma precisa.
2. Artigos Indefinidos – (um, uma, uns, umas): termos que determinam o substantivo de forma imprecisa.

Artigo Definido
Os artigos definidos, como o próprio nome indica, definem ou individualizam os substantivos, seja uma pessoa, objeto ou lugar. São eles:

Artigo Definido
Gênero
Número
o
masculino
singular
a
feminino
singular
os
masculino
plural
as
feminino
plural
Exemplos
  • O garoto foi jantar na casa dos pais;
  • Ganhamos a bicicleta que esperávamos;
  • Luísa aproveitou para rever os amigos;
  • As meninas foram viajar.
Em todos os exemplos, podemos notar a precisão de tais pessoas ou objetos pelo emprego correto do artigo definido. Isso porque ele determina de maneira exata o substantivo em questão: o garoto, a bicicleta, os amigos e as meninas.
Assim, fica claro que o artigo definido indica de modo particular o substantivo já conhecido. Note que estes estão presentes no texto ou no pensamento do locutor (emissor, autor) ou do interlocutor (receptor, ouvinte).

Artigo Indefinido
Os artigos indefinidos determinam de maneira vaga, indeterminada ou imprecisa, uma pessoa, objeto ou lugar ao qual não se fez menção anterior no texto. São eles:

Artigo Indefinido
Gênero
Número
um
masculino
singular
uma
feminino
singular
uns
masculino
plural
umas
feminino
plural

Exemplos
  • Um dia iremos nos encontrar.
  • Uma certa tarde saímos para caminhar.
  • Joana convidou para a festa uns amigos estrangeiros.
  • Comprei umas camisas para seu aniversário.
Note que em todos os exemplos acima, não está definido qual objeto, pessoa ou lugar. Nos dois primeiros exemplos, não está identificado “qual o dia” ou “qual a tarde” em que o evento ocorre.
Da mesma maneira, Joana não especifica “quais amigos!” ela convidará para a festa. Por fim, “umas camisas” corresponde à uma ideia vaga de “quais camisas” são essas.
Cuidado para não confundir o artigo indefinido “um” com o numeral “um”, pois o numeral é uma palavra utilizada para indicar quantidade.

Funções do artigo
1. Indicar que se refere a um termo identificado pelo interlocutor uma vez mencionado anteriormente no contexto oral ou escrito, ou ainda, por ser objeto de um conhecimento de experiência, como pode ser verificado nestes exemplos:

Exemplo: Maria Sitoe é uma personagem da obra literária de titulo “Viva o Povo Moçambicano” de Ilídio Manjate. Trata-se de uma mulher forte, firme e solidária. A personagem compõe, juntamente com outros, uma história de formação do povo e da cultura do país; o Moçambique.
Explicação: De acordo com o exemplificado acima, nota-se o artigo definido no gênero feminino “A” identificando o sujeito Maria da Fé, já citado anteriormente no texto. Em seguido o artigo definido no gênero masculino “o” referindo-se ao termo “Brasil” reconhecido pelos leitores e referido no título na palavra “brasileiro”.

2. Fazer referência a um elemento representante de um grupo ao qual não se fez menção anterior dentro do contexto comunicativo:

Exemplo: Um livro, dentre tantas outras possibilidades, exige uma narrativa ampla, com histórias atravessadas, que se misturem entre factos e descrições. Refere-se a um modelo simples de elaboração de romance.

Explicação: o elemento “livro” não está referido anteriormente no texto, nem especificado. Um livro: O termo refere-se ao conjunto de possibilidades de livros, ou seja; o artigo é utilizado para se referir a um exemplo não determinado, bem como o segundo artigo no gênero feminino “uma” referindo-se à narrativa.
Na primeira função descrita o artigo é DEFINIDO; na segunda função é INDEFINIDO.

Formas do artigo
São estas as formas simples do artigo:
Artigos definidos
Artigos indefinidos
Singular
Plural
Singular
Plural
Masculino
o
os
um
uns
Feminino
a
as
uma
umas
O artigo definido pode combinar-se com as preposições “a, de, em e por”, resultando no quadro a seguir:
Preposições
Artigo definido
O
A
OS
AS
A
Ao
A
Aos
Às
De
Do
Da
Dos
Das
Em
No
Na
Nos
Nas
Por (per)
Pelo
Pela
Pelos
Pelas
O caso da crase: O artigo definido feminino, quando vem precedido da preposição a, funde-se com ela, e tal fusão, denominada de crase, é representada na escrita por um acento sobre a vogal (à), dessa forma:
Exemplo:
Preposição que introduz o adjunto adverbial do verbo ir, somado ao artigo que determina o substantivo cidade, resulta no “a” com o acento de crase.
Vou a + a cidade = Vou à cidade
Ocorre a crase em outros casos, como por exemplo: A redução sintática da expressão à moda de (à maneira de, ao estilo de):
  • O vestido da noiva era à francesa.
Formas combinadas do artigo indefinido
O artigo indefinido pode contrair-se com as preposições “em” e “de”, originando:
Num – Numa
Dum – Duma
Nuns – Numas
Duns – Dumas
Valores do artigo
A DETERMINAÇÃO: A determinação dos substantivos pode ser mais precisa, à medida que se passa do ARTIGO INDEFINIDO (um, uma) para o ARTIGO DEFINIDO (o, a) e, ainda se tornar mais específica se fizer uso do DEMONSTRATIVO (este, esta).
O artigo indefinido indica a espécie dos substantivos que são apresentados ao ouvinte. O artigo definido restringe a extensão do significado dos substantivos, individualiza-os, definindo-os. Se no mesmo caso aplicar-se o uso do pronome demonstrativo poderá limita ainda mais o sentido dos substantivos, podendo aparecer situados no espaço e no tempo.

Exemplificando:
  • Um aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.
  • O aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.
  • Este aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.
Nesse sentido, observa-se que o artigo definido é um sinal de conhecimento prévio por parte dos interlocutores. O artigo indefinido coloca-se exatamente na contramão deste primeiro, demonstrando a falta de conhecimento e determinação do elemento ao qual ele se refere.
Em outras palavras; seja definido (o e suas variações a, os, as), seja indefinido (um e suas variações uma, uns, umas), O ARTIGO caracteriza-se por ser a palavra que introduz o substantivo indicando-lhe o gênero e o número. Por esta razão o artigo torna toda palavra que precede em substantivo.

QUANDO NÃO DEVEM SER USADOS ARTIGOS 
a) Sentido geral 
Quando o substantivo tem sentido geral. Em Macaco não é homem, Onde há homens há cobiça, os substantivos homem, homens e cobiça não tem artigo, porque estão sendo usados em sentido geral e indeterminado.

b) Determinativo especial 
Quando o substantivo vem precedido de um determinativo especial, de qualidade ou de quantidade, que os determinam, não como indivíduo, não precisam de artigo. Meu pai, Minha mãe, Seu pai, Sua mãe, Nossos pais, Vossos avós, Este homem, Aquele sujeito, Muitos homens, Alguns homens, Um/dois/três homem/homens, etc. 
Algumas exceções são mesmo e qual, que sempre levam artigo: o mesmo homem, a mesma mulher, o qual homem, a qual mulher. O demonstrativo conjuntivo que não admite artigo exceto no gênero neutro, como em O que de sua natureza é bom (etc). Quando se diz Os que, As que, sempre se entende como Os homens que, As mulheres que.

c) Demonstrativo de quantidade 
Os demonstrativos de quantidade todo e toda, quando usado no sentido de cada, não é usado com artigo: Todo homem, Toda parte. Quando é um universal coletivo, usa-se artigo: Todos os homens, Todas as partes. O cardinais Dois, Três, Quatro, etc, não tem artigo, exceto quando for necessário individualizar, como em Os dois exércitos inimigos, As três armadas combinadas. Os ordinais Primeiro, Segundo, etc, tem artigo, quando precedem aos substantivos, como em O primeiro século, O segundo século, porém não tem, quando seguem o substantivo, como em D. João primeiro. Tirando estas exceções, os demais adjetivos determinativos não são usados com artigo. 

Conclusão
Terminado trabalho, pôde concluir-se de forma resumida que os artigos representam a classe de palavras que precedem o substantivo de forma que determinam seu número (singular ou plural) e seu gênero (feminino ou masculino) e que para além de definir e indefinir substantivos, indicando o gênero e número destes, os artigos possuem outras funções muito importantes, como a substantivação de palavras e a distinção entre palavras homônimas.
Relativamente à distinção entre substantivos homônimos, é através do artigo que se faz a distinção entre o feminino e o masculino da palavra e a consequente distinção entre seus significados.
Chegou-se também a conclusão de que os artigos desempenham um papel de extrema importância no nosso cotidiano e por isso são indispensáveis no processo de comunicação oral e escrita.

Bibliografia
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. – 37. ed. rev., ampl. e atual. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CASTILHO, Ataliba T. de. Nova gramática do português brasileiro. – 1. Ed., 4ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2016
CUNHA, Celso e CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. – 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes. 1977.
www.escolademoz.com 

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