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Grupos Etnolinguísticos de Moçambique

Um grupo étnico é um grupo de pessoas que se identificam umas com as outras, ou são identificadas como tal por terceiros, com base em semelhanças culturais ou biológicas, ou ambas, reais ou presumidas. Tal como os conceitos de raça e nação, o de etnicidade desenvolveu-se no contexto da expansão colonial europeia, quando o mercantilismo e o capitalismo promoviam movimentações globais de populações ao mesmo tempo que as fronteiras dos estados eram definidas mais clara e rigidamente.
Para o estudo da História de Moçambique importa verificar os sistemas de parentesco. Em Moçambique, há uma predominância de filiação patrilinear a sul e de filiação matrilinear a norte. Esta diferença, esta diversidade, só enriquece ainda mais a História de Moçambique.
A sociedade moçambicana é multicultural do ponto de vista etnolinguístico e isso origina uma forte e rica diversidade cultural. O início da diferenciação etnolinguística em Moçambique começou com a fixação dos povos Bantu.

Características Específicas da Linhagem Matrilinear

Casamento
·      Era endogénica e uxorilocal;
·      Todo ritual que acompanha o processo do casamento obedece às normas costumeiras. Geralmente, o homem dirige-se à casa dos pais da noiva pedindo-a em casamento. Basta a mulher aceitar, assim como os pais e tio materno consentirem na união e eles passam a viver juntos, sem quaisquer rituais especiais.
Mulher
·      Era considerada a possuidora das virtualidades do clã e transmissora do nihimo (família matrilinear ou clã consafuíneo, que se considera descendente de um antepassado comum);
·      Na sociedade makua os casamentos entre pessoas do mesmo nihimo não eram permitidos.
Filhos
·      Pertencem à família da mãe;
·      Educação dos filhos assegurada pelo tio materno.
Dote (mahari, em makua)
·      São bens ou dinheiro dados à mulher que casa, tem maior significado nestas sociedades.
Actividades económicas
·      A caça, a pesca e a construção de casas eram as únicas actividades masculinas relevantes;
·      As mulheres, praticando a agricultura, é que asseguravam o sustento das comunidades.
Transmissão do Poder
·      Com a morte de um chefe, o poder passa para o sobrinho, filho da irmã mais velha.

Características da Linhagem Patrilinear

Casamento
·      Lobolo surge como uma indeminização caracterizada a formalidade e estabilidade do nmatrimónio, ficando o marido e a sua família com a responsabilidade de cuidarem da mulher e filhos. É um mecanismo de estabilidade dos casamentos e de subordinação da mulher em relação ao homem;
·      Virolocalidade: há a transferência da mulher para a povoação do marido por ocasião do casamento;
·      Propriedade do marido, é designada por nuti, constituída por produtos do seu trabalho, casa e os presentes que recebe.
Transmissão de Propriedade
·      É do pai para o filho mais velho.
Actividades económicas
·      A prática da pastorícia era a actividade masculina por excelência;
·      Conferia aos homens o acesso a um bem duradouro, principalmente expresso em gado bovino;
·      O gado era o principal meuo de pagamento do lobolo e simbolizava o poder económico, ou melhor, representava a capacidade de adquirir esposas.

Conclusão
A tradição do lobolo tem sido tema de muitas controvérsias em Moçambique. Mesmo depois da independência, que tentou desvalorizar os antigos costumes, o lobolo vingou e muitos jovens começam também a valorizar esta cerimónia. 
Para muitas mulheres moçambicanas, a cerimónia do lobolo é muito mais importante do que o casamento.
No que tange a religião, segundo os dados mencionados, evidenciam que quase a metade da população moçambicana não profecia nenhuma religião ou crença, e a outra metade subdivide-se em diversas religiões supracitadas.

Bibliografia
Florêncio, Fernando. 2005. Ao encontro dos Mambos – autoridades tradicionais vaNdau e Estado em Moçambique. Lisboa, ICS.
Granjo, Paulo. 2007. “Limpeza ritual e reintegração pós-guerra em Moçambique”, Análise Social, 182: 123-144.
Granjo, Paulo. 2008. “Dragões, Régulos e Fábricas – espíritos e racionalidade tecnológica na indústria moçambicana”, Análise Social, 187: 223-249.
NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013
SOUTO, Améilia Neves de, Guia Bibliográfico para o Estudante de História de Moçambique, UEM/CEA, Maputo, 1996

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