Google logo  MAIS PARA BAIXO  Google logo

Ad Unit (Iklan) BIG


As Resistências na África

Introdução
Os sistemas coloniais apresentavam se diversos quanto a forma a intensidade com que utilizavam seus mecanismos e instrumentos de dominação diante da rica variedade de cultura pré-colonial.
De todo modo, o processo de colonização foi sempre marcado pela violência, pelo des-propósito, não raro, pela irracionalidade da dominação.
O confisco das terras, as formas com pulsórias de trabalho, a cobrança abusiva de impos-tos e a violência simbólica constitutiva do racismo, feriram o demonismo histórico dos africanos. Estas foram algumas causas das resistências em algumas regiões de África. Assim sendo, de uma forma bem detalhada e explicada o desenvolvimento deste traba-lho irá abordar os Exemplos de Resistências em: Egipto, Sudão, Argélia, Senegâmbia, Tanganika, Etiópia, Africa do Sul, Zimbabwe, Namíbia e Moçambique

Resistências Africanas

Região
Potencial Colonial
Causas
Formas de Resistência
Líder
Egipto
Império Britânico
O estopim da revolta foi a insatisfação dentro do exército, principalmente com a impossibilidade de os egípcios ocuparem os postos de mais alta patente. Além disso, soldos muito baixos eram pagos aos soldados egípcios. O resultado político foi uma intervenção dos militares a partir de Fevereiro de 1881, que resultou na revolta contra o colonialismo europeu e o quediva Tawfiq.
Os revoltosos queriam ainda a derrubada de Tawfiq, sendo que alguns sectores tinham por interesse a formação da República Egípcia. Essa oposição levou Tawfiq a organizar junto aos ingleses uma forma de derrubar os revoltosos do poder. Alguns historiadores propõem que um massacre na cidade de Alexandria contra os estrangeiros, em 12 de Junho de 1882, teria sido organizado pelos ingleses para justificar uma intervenção militar.
A intervenção militar havia mesmo sido solicitada por Tawfiq e ocorreu tanto no ataque à cidade de Alexandria quanto na ocupação do Canal de Suez pelos ingleses, que serviram como ponto de partida para esmagar a revolta. Mesmo com o apoio popular à causa constitucionalista – financeira e de composição das forças militares revoltosas, principalmente depois da declaração do Jihad contra os europeus –, as forças inglesas saíram vitoriosas.
Ahmadi Urabi
Sudão
Inglaterra
Na sequência da invasão de Mehmet Ali, em 1819, o Sudão era governado por administração egípcia. Este sistema colonial era sentido pelo povo do Sudão, devido aos pesados impostos e pelas tentativas egípcias de acabar com o tráfico de escravos. Em 1870, um clérigo muçulmano chamado Muhammad Ahmad pregou a renovação da fé e da libertação da terra, e começou a atrair seguidores. Logo em seguida houve uma revolta aberta contra os egípcios, Muhammad Ahmad se auto-proclamou o Mahdi, o redentor prometido do mundo islâmico. O então governador do Sudão, Raouf Paşa, enviou duas companhias de infantaria, com uma metralhadora para prendê-lo. Os capitães das duas companhias tiveram promoções prometidas se os seus soldados fossem os únicos a devolver o Mahdi para o governador. Ambas as companhias desembarcaram do navio que os trouxera do Rio Nilo até Abba e se aproximaram da vila do Mahdi em direcções distintas. Chegando em simultaneamente, as duas forças começaram a disparar às cegas, permitindo que os seguidores do Mahdi atacassem e destruíssem as forças, uma em cada turno.
O Mahdi, em seguida, começou uma retirada estratégica para Kordofan, onde estava a uma maior distância da sede do governo de Cartum. Este movimento, que se escondia como uma marcha triunfal, incitou muitas das tribos árabes a se levantar em apoio da Jihad que Mahdi tinha declarado contra os "Turcos Opressores". Outra expedição egípcia expedidos em Kodok havia sido emboscada e abatida na noite de 9 de Dezembro.
O governo egípcio do Sudão, agora profundamente preocupado com a dimensão da revolta, reuniu uma força de quatro mil soldados sob o comando de Yusef Paşa. Esta força aproximou-se do recolhimento Mahdista, cujos membros eram mal vestidos, tinham fome, e eram armados apenas com paus e pedras. No entanto, o excesso de confiança suprema levou o exército egípcio em campo dentro da vista do exército do Mahdista sem postar sentinelas. O Mahdi comandou um ataque na madrugada de 7 de Junho que massacrou um exército. Os rebeldes ganharam vastos estoques de armas, munições, roupas militares e outros suprimentos.

Mahdi
Argélia
França
O governo francês do tempo considerava criminoso ou terrorista todo ato de violência cometido por argelinos contra franceses, inclusive militares. No entanto, alguns franceses, como o antigo guerrilheiro antinazi e advogado Jacques Vergès, compararam a Resistência francesa à ocupação nazi com a resistência argelina à ocupação francesa.
Uma campanha de atentados antiárabes (1950-1953) havia sido praticada por colonos direitistas, desencadeando, em contrapartida, a luta lançada pela FLN em 1954, apenas dois anos antes de a França ser obrigada a desistir do seu controle sobre a Tunísia e Marrocos.
Caracterizou-se por ataques de guerrilha e atos de violência contra civis - perpetrados tanto pelo exército e colonos franceses (os "pied-noirs") quanto pela Frente de Libertação Nacional(Front de Libération Nationale - FLN) e outros grupos argelinos pró-independência.
Senegâmbia
França
Numerosos reinos africanos do Senegal reagiram contra a dominação francesa. Importa destacar a figura de Mamadou Lamine chefe dos Soninke. Em 1880, os Soninke viviam em parte sob dominação francesa e participavam coercivamente na construção de estradas e de linhas de telégrafos. Este trabalho era bastante esgotante e a precariedade das condições de vida implicava altas taxas de mortalidade. Foi essa a origem de pretextos voltado não só contra as humilhações diárias, mas em particular contra a dominação estrangeira.
Os Soninke condenavam os franceses e seus aliados africanos como Omar Penda e alguns fazendeiros. Alguns Soninke ao serviço dos franceses aderiram ao campo de Mamadou Lamine enquanto outros transmitiam informações aos franceses.
Face ao inimigo dotado de armamento superior, Lamine contava com a superioridade numérica e fanatismo religioso das suas tropas, convencidas que estavam lutando por Deus e sua pátria, (guerra santa).
Derrotado em Bakel, Lamine adopta a táctica de guerrilha, organizando um bloqueio a cidade, ocupando todas as vias de acesso. O Capitão francês Jolly viu-se obrigado a retirar-se.
Em Julho de 1887 a aliançaentre Gallienne e Ahmadu contra os Soninke, precipitou o fracasso da revolta. Em Dezembro do mesmo ano, Lamine era finalmente abatido pelos franceses, com ajuda de auxiliares africanos.
Mamadou Lamine chefe dos Soninke
Tanganyika
Alemanha
As resistências em Tanganyika foram motivadas pelo estoro da guerra na Europa, em 1914, a luta rapidamente se espalhou para as possessões coloniais das potências europeias. 
Os povos da costa organizaram a sua resistência contra os Alemães em volta de ABUSHIRI descendente de um dos primeiros colonos árabes. Em 1888 as tropas de ABUSHIRI incendiaram um navio de guerra alemão em TANGA e deram dois dias aos Alemães para abandonarem a costa da Tanganica. Depois de Tanga as forças de ABUSHIRI atacaram Kilua, tendo morto os dois alemães que ali estavam e depois assaltaram Bagamoyo.
Em 1889 as tropas alemãs dirigidas por Hermann Van  Wissmann atacaram ABUSHIRI tendo o obrigado a refugiar-se em UZIGUA, onde foi traído e entregue ao inimigo aos 13 de dezembro de 1889 e enforcado em Pangane

Hassan bin omar e Mkwawa.
Etiópia
Independente
Em reação aos avanços militares do Mahadi, em 1883, os britânicos decidiram retirar do Sudão e das costas do Mar Vermelho as forças egípcias e inglesas. Para tanto, pediram o apoio do Imperador Yohannes, da Etiópia. Este, em troca, pediu a restituição dos territórios fronteiriços do Sudão e do porto de Massawa, ocupados pelos egípcios. Os ingleses aceitaram a primeira condição, mas não a segunda. Para Massawa, concordaram com o trânsito comercial, inclusive de armas, mas sob a proteção britânica. Seis meses depois, em fevereiro de 1885, os italianos ocuparam Massawa com a anuência dos britânicos, interessados em impedir o avanço francês na costa da Somália, a partir de Obok e Djubuti.

Confronto militar directo.
Imperador Yohannes
Zimbabwe
Inglaterra

– A primeira forma de resistência consistia em pegar em armas. Esta forma de luta foi abandonada no final da primeira guerra mundial, pois era um recurso sem esperança e condenado ao fracasso, pois as armas haviam sido consfiscadas em sua maior parte e a pólvora não era encontrada.

– A segunda forma era a retirada, pois quando a situação se tornava intolerável, aldeias inteiras abandonavam os campos e partiam para zonas situadas fora do alcance das autoridades coloniais.
– A terceira solução forma de resistência residia nos cultos religiosos ou messiânicos fundados pelos africanos em reacção a religião europeia. Essa revolta metafísica dos africanos aparentemente tinha poucas raízes locais.

Namíbia
Alemanha
Com a presença alemã, os africanos viram expropriadas as suas terras, sendo forçados a aceitar trabalhos a troco de baixos salários nas fazendas ou minas de ouro. Em 1903, o governador alemão temendo uma possível rebelião por parte dos africanos pela perda das terras, decidiu criar reservas para ao Namas e os Hereros. Porém, essa atitude foi mal interpretada pelos nativos pois temiam a expropriação definitiva das suas terras. Devido a interferência colonial crescente, desencadeou-se uma resistência sucessivamente mais coesa em toda a Namíbia.
Tratados de proteção;
Confronto militar directo.
Samuel Maherero e Hendrik Witbooi
Moçambique
Portugal
Estados africanos mais ou menos independentes ou mesmo conquistados (Barué, Manica, Mwenemutapa, …)
Prazos e feitorias-fortalezas portuguesas (Quelimane, Sena e Tete);
A presença de Ngunis, provenientes do M'fecane;
O surgimento dos prazos da Macanga, Massingir, Maganja da Costa e Gorongosa.
Em troca do ouro e marfim, Barué adquirira aos mercadores portugueses e indianos armamento suficiente para resistir; possuía, inclusive, fabriquetas de pólvora (tinha cerca de sete mil armas modernas).
Segundo Isaacman (1979:116): «o exército de Barué era constituído por uma força de 10 000 homens, incluindo várias unidades de elite, ou ensacas, e uma numerosa guarda nacional que era mobilizada em alturas de crise». O factor ideológico desempenhou um papel importante na defesa de Barué. Os Baruistas acreditavam que o espírito mediúnico de Kabudu Kagoro transformava as balas do invasor em égua.
Barué
Mwenemutapa
Maganja da Costa


Conclusão
Terminado o trabalho temos como conclusão o seguinte, os Espanhóis ocupavam territórios, os franceses tomaram tuati na parte sul de Marrocos, em 1899, aqui a ocupação Francesa enfrentou uma forte resistência dos líderes locais. Porém, a força militar dos Franceses era enorme para derrotar a resistência em 1901.
Na tentativa de manter a sua independência o jovem sultão de Marrocos Abel al-Aziz pediu apoio britânico e Alemães. Estes aconselharam-no a aceitar submeter-se aos Franceses.
Mais a sul a resistência contra a dominação dos franceses foi liderada por MULAY  IDRISSE, um governador do sultão al-Aziz.
Outro líder de resistência importante foi o xeique americano que, entre 1909 e 1926 decretou a Jihad (guerra santa) contra penetração espanhola em Rif-no norte Marrocos

Bibliografia
NHAMPURO, Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª classe, Plural Editores, Maputo, 2016
ANDRADE, Mário PINTO DE. Origens do nacionalismo africano: continuidade e ruptura nos movimentos unitários emergentes da luta contra a dominação portuguesa; 1911-1961. Lisboa: Dom Quixote, 1997.
BRUIT, Héctor H. O imperialismo. Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.
Brunschwing, Henri. A partilha da África negra. São Paulo. Editora Perspectiva, 1974.
CATANI, Afrânio Mendes. O que é Imperialismo. Editora Brasiliense, 1981.
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita a história contemporânea. Selo Negro, São Paulo, 2005
Hochschild, Adan. O fantasma do Rei Leopoldo: uma história de cobiça, terror e heroísmo na África colonial. Tradução Beth Vieira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra - II. Edição revisada. 3ª Edição.
Publicações Europa-América. LDA. Portugal, 2002.

Consulta à internet:

  • www.sohistoria.co.br
  • www.mundoeducação.com 

Artigos relacionados

Enviar um comentário


Iscreva-se para receber novidades