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Particularidades do colonialismo português: o caso de Moçambique

Particularidades do colonialismo português: o caso de Moçambique
Portugal não era uma potência de cariz capitalista, pois em termos económicos era um pais débil, e a sua participação na Conferencia de Berlim ficou a dever-se, sobretudo, a questões históricas. 
A ocupação portuguesa de Moçambique foi, por isso, feita com dificuldade e o processo de definição das fronteiras do país (que, ao contrário do que se possa pensar, não ocorreu nos séculos XV nem X VI) ficou marcado pelas tensões que se vinham a desenvolver entre as potências europeias capitalistas mais importantes. Portugal não teve, deste modo, outra alternativa se não enfrentar e procurar ultrapassar os fortes interesses ingleses e alemães. 
Embora quase todo o actual território de Moçambique tenha caído sob domínio português nos primeiros anos do século XX, esse domínio não foi conseguido rapidamente. Na região sul de Moçambique (a primeira a sucumbir, ainda nos anos 90 do século XIX), Portugal teve de enfrentar, no último terço do século XIX, por um lado, os interesses ingleses e, por outro, os interesses das repúblicas africânderes (na actual África do Sul): ambos viam no domínio da baia de Maputo não só um excelente meio de acesso ao mar e uma porta de saída para os seus produtos, como também uma forma de ter acesso a mais mão-de-obra para as minas e indústrias. 
Só em 1899, com o Tratado de Windsor, assinado com a Inglaterra, é que Portugal conseguiu garantir as fronteiras da região sul de Moçambique. Na região centro, o grande opositor aos interesses portugueses foi também a Inglaterra, através de Cecil Rhodes e do seu projecto de unir o Cairo ä Cidade do Cabo (criando um «corredor inglês», que se estenderia ao longo de toda a África). Foi no contexto desta disputa que surgiu o projecto português do «Mapa Cor-de-Rosa» (a união de Moçambique a Angola por terra). Porém, a oposição por parte dos Ingleses, incluindo o ultimato de 1890 e a ameaça de retaliações militares contra os Portugueses, fez Portugal desistir daquele projecto. Em 1891, depois da construção do forte de Salisbury por Cecil Rhodes, ficaria definida a fronteira entre Moçambique, o Malawi, a Zâmbia e a Rodésia (o actual Zimbabwe). 
Na região norte, Portugal teve de enfrentar a oposição dos Alemães, que passaram o Rovuma (em 1894), ocupando a área até Quionga. Só depois do final da Primeira Guerra Mundial, no Tratado de Versalhes, ficou definida a fronteira norte e voltaram definitivamente para Portugal os territórios ocupados pelos Alemães.

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