Quando a resistência do povo moçambicano à ocupação militar portuguesa foi abafada pela força das armas, o colonialismo português passou à montagem da sua máquina de opressão colonial.
- ideólogo da colonização, nos fins do século XIX, princípios do século XX, foi António Enes.
Foi ele que planeou a administração colonial. dividindo Moçambique em distritos, circunscrições e postos. O administrador era a unidade básica desse regime, que tinha como objectivo oprimia e explorar o povo moçambicano.
- administrador tinha poderes arbitrários muito amplos. Era o representante directo do governo colonial. Cobrava os inúmeros impostos a que a população estava sujeita, o mais cruel dos quais era o mussoco, ou imposto de palhota. Era também o administrador que fazia o recrutamento para o trabalho forçado nas plantações dos grandes colonos e das companhias de monocultura. Fazia também de juiz nos conflitos entre as populações e entre os colonos e os colonizados.
- administrador simbolizava a opressão colonial portuguesa em Moçambique.
Outra ideia de António Enes foi a de permitir aos capitalistas não portugueses, virem explorar e oprimir o povo de Moçambique. O maior exemplo foi a criação das várias Companhias Monopolistas.
Foi também sob sua orientação que foram criadas as linhas de caminho de ferro que ligam o litoral moçambicano à República da Africa do Sul e à colónia britânica da Rodésia. A Rodésia não tem saída para o mar e precisa dos nossos portos para exportar os seus produtos.
Essas linhas de caminho de ferro não ajudaram a desenvolver a economia de Moçambique, porque não faziam a ligação dumas províncias com as outras. Pelo contrário, elas contribuíram para tornar a economia de Moçambique ainda mais dependente da economia dos países vizinhos e do imperialismo.
No mesmo ano da inauguração da linha de caminho de ferro MaputoPretória, foi assinada entre. o governo português e o governo sul-africano uma convenção segundo a qual Moçambique deveria fornecer anualmente 100 000 trabalhadores para as minas do Transvaal.
Esta política de exploração colonial continuou durante a República Portuguesa que começou em 1910.
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