Segundo H. Alexandre Junod, as primeiras imigrações de clãs proto- -sothos para a foz do Incomati e para as terras que circundam a actual baía de Maputo, deram origem, inicialmente, a três unidades políticas distintas: Mpfumo, Manhiça e Lebombo. Uma indicação ténue do advento pre-gâmico destes Sothos, é fornecida por uma tradição ronga recolhida por João Albasini: «Um dia o príncipe Mantimana, filho de Maromana, filho de Pfumo, filho de Nhlaruti, que foi invasor das terras da baía (vindo de Psatine, na actual Suazilândia) andava a passear na baía e viu brancos» .
Era, decerto, o Incomati o rio «mais largo que o Tejo» por onde, em 1502, penetrou cerca de 60 km a nau comandada por Luís Fernandes. Deparou com uma grande povoação indígena e muitos bovinos, quatro dos quais trocavam por uma caldeira de cobre; também ofereciam três galinhas por uma manga de camisa velha. Deste conjunto de elementos pode inferir-se que o gado bovino foi, com todas as probabilidades, introduzido naquela região meridional por clãs proto-sothos que já apreciavam utensílios metalúrgicos (provavelmente produzidos em Messina e Phalaborwa) e até mesmo tecidos importados (talvez trazidos por viajantes que mantinham contactos com povos do litoral de Inhambane, frequentado por navegadores asiáticos, onde já se praticava a tecelagem de algodão).
É admissível que também tenha ocorrido antes de 1500 a chegada do clã de origem sotho, Cbaúque (Tshauke), oriundo do país Manguato, na actual Botsuana, de harmonia com as tradições recolhidas por A. A. Jaques. Este clã teria passado pelo Maputo e atravessado, posteriormente, o Incomati, a caminho do Norte.
Em duas estações que R. T. Duarte escavou em Massingire, surgiu Olaria semelhante à de Harmony e Phalaborwa, da Idade Recente do Ferro, comprovando uma intrusão sotho em direcção oriental, ao longo do rio dos Elefantes. Encontrou nelas contas de cobre provenientes do interior, bem como missangas de vidro procedentes dos portos marítimos.
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