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Penetração de Elementos Chonas-Carangas no Sul do Save

A arqueologia, a antropologia cultural, as tradições orais e a documentação portuguesa congregam-se para atestar a predominância do povo chona-caranga, no sul de Moçambique, mesmo antes da chegada dos Portugueses. 
A prova mais sólida e reconhecidamente mais antiga é constituída pelas escavações e datações pelo radio-carbono efectuadas no zimbábuè de Manecuéni (Manekweni), capital de um Estado cuja ocupação se prolongou de 1200 a 1600 d.C.). Os seus dirigentes viviam no interior dos amuralhados, dispersando-se pelos subúrbios milhares de súbditos de proveniência heterogénea. Além do gado vacuum, a classe dominante monopolizava o comércio entre as regiões auríferas do planalto e os mercadores asiáticos que frequentavam a foz do Save e o litoral em face do arquipélago do Bazaruto. Encontraram-se ali produtos importados quer de origem ultramarina quer provenientes do Estado do Grande Zimbábuè. 
Dessa origem e dessa época era também o reino de Tembe que os cronistas portugueses do Séc. XVI situaram na margem meridional da actual baía de Maputo.

Tudo indica que fosse de origem chona-caranga a população visitada pela equipagem de Vasco da Gama quando pisou terra firme junto do pequeno braço-de-mar situado a 24° 53'. Já então havia «senhores» a quem os plebeus «batiam as palmas por cortesia». Aludiram mesmo à possível existência de um rei. Usavam ornamentos de cobre, estanho e marfim e, como armas, «arcos muito grandes e flechas e azagaias de ferro». Pelo estudo de L. F. Maingard sabemos que entre todos os grupos étnicos da África Austral apenas Carangas, Vendas e Chopes tinham o arco como arma principal. 
Também parece anteceder 1500 a chegada do grupo dirigido por Xigomba, vindo do Noroeste pelos vales do Nuanetsi e do Limpopo. Um dos seus segmentos, sob o comando de Xivelele, genro do anterior, fixou-se no actual distrito de Homoíne e passou a ser conhecido por 
Mandla. 
Estas e outras imigrações podem ter sido provocadas pelas prolongadas lutas e transformações económicas que nessa época se desenvolveram nas regiões auríferas do planalto interior, em possível relação com a decadência e posterior abandono do Grande Zimbábuè (c. 1450) e a ascensão do Estado de Torua, de que já tratámos. 

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