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O Impacto da Desintegração da URSS em África

As relações políticas, económicas e militares da África com o mundo socialista contribuíram amplamente para atiçar as rivalidades, desde antes muito fortes, que opunham as duas superpotências e a Republica Popular da China
Na perspectiva de a partir de 1985, com a crise geral do sistema soviético, teve inicio á retirada soviética do colapso de vários regimes pro-soviéticos, sendo a Etiópia o melhor exemplo.
Económico
Mandel (1989) afirma que durante a década de 70, graves contradições se acumulavam na economia e nos regimes da esfera soviética, dificuldades económicas e sérios conflitos sociais ocorriam desde a segunda metade dos anos 70 em vários países; com forme atesta com clareza o diagnóstico:
[…] Na segunda metade dos anos 70, aconteceu algo a primeira vista inexplicável: o país começou a perder impulso. Analisando a situação, primeiro descobrimos uma diminuição do crescimento económico. Nos últimos quinze anos, a taxa de crescimento da renda nacional caíra para mais da metade e, no início dos anos 80, chegara a um nível próximo da estagnação. Um país que antes estivera alcançando as nações mais avançadas do mundo, agora começava a perder posição. Além disso, o hiato existente na eficiência da produção, na qualidade dos produtos, no desenvolvimento científico e tecnológico, na geração de tecnologia avançada e em seu uso começou a se alargar, e não a nosso favor […] (p106).
Partindo desta abordagem marxista sobre o rol nos processos sociais, conclui-se que para os defensores do sistema soviético, Gorbachev ficaria conhecido como o pai das reformas que ajudaram a levar a URSS a seu colapso final, e tendo proporcionado para o desequilíbrio económico não só para os países do bloco Soviético mas influenciou também para África.

Impacto político
A retirada dos soviéticos acabou gerando dois movimentos opostos, em alguns países como Etiópia e Somália, abriram se períodos de crise, instabilidade e guerra civil, culminando, no caso da Etiópia, na cessação da Eritréia.
No caso da Somália, chega-se ao completo colapso das estruturas estatais existentes, com a pulverização do Estado-Nação e a hegemonia de “senhores de guerra” locais, muitas vezes apoiados por organizações terroristas, como a Al-Qaeda e o Ansar-El-Islam (Idem).

Em outros países como Angola e Moçambique, a desaparição do clima de enfrentamento Ocidente/ Oriente acabou abrindo caminho para os processos de paz de frágil densidade, e a situação tornou se mais favorável à consolidação de regimes estáveis e ao início da construção de estruturas do Estado-Nação
.
Na Rodésia e na África do Sul, a conversão dos partidos de resistência, como o Congresso Nacional Africano, acabou levando à auto-reforma com a sua legislação, o fim dos regimes do apartheid em 1991 e, enfim, a eleição de Nelson Mandela em 1994.
 O desmoronar das ditaduras que eram sustentadas por potências neocoloniais, como no Congo/Kinshasa, em Ruanda, na Libéria, entre outros, acaba por gerar grande instabilidade política; em Ruanda, um estado contínuo de guerra, perpassados por genocídios brutais.
Numerosas regiões do continente africano sofreram com estas rivalidades internacionais, particularmente exacerbadas em Angola e no chifre da África. Moçambique sofreu enormemente em consequência das acções do Movimento de Resistência Nacional de Moçambique, organização apoiada pela África do Sul, entretanto, desta feita, não houve tropas cubanas para defender a Frelimo.

Social
A desintegração da URSS terminava o epílogo de uma das mais ousadas e grandiosas experiências de transformação social da história humana, que marcou decisivamente a evolução do Século XX e a vida de quase todos os países e gerações. Oque parecia inacreditável e até impossível até 6 anos antes tanto para a maioria dos analistas ocidentais quanto soviéticos.

Impacto da Desintegração da URSS no Mundo.
A desagregação da União era considerada como improvável no mundo ocidental ou até impossível, mesmo por especialistas no tema URSS. Logo no início do processo de democratização da URSS, a maioria dos nacionalistas não russos queria mais autonomia, mas não lutava ainda pela independência, algo que parecia inalcançável, por isso, além do sigilo e desinformação que envolvia tudo na URSS, a maioria dos especialistas ocidentais não chegou a detectar com antecedência uma tendência que ainda não se manifestava até meados da década de 80.

Social
As grandes transformações sociais, culturais e comportamentais ocorridas no mundo e também dentro da URSS, fizeram com que a revolução da informação e as mobilizações democráticas em todo Leste Europeu, arrastassem por baixo do sistema soviético, A rotina da cidade, com excepção do centro, alterada apenas pela presença de tanques e barricadas, pouco mudou.
Entre as grandes massas populares, até 1989 existira uma fase de grande interesse e participação nas discussões da reforma. Depois desse ano, no entanto, com a falta de resultados concretos e a desorganização da economia que dificultou a vida da população, a indiferença parece ter voltado a ganhar terreno. Havia mais liberdade formal, e já se podia expressar abertamente o pensamento crítico dentro de uma atmosfera de relativa liberdade.

Politico
Às mesmas transformações estruturais que ocorriam no mundo e também pela desconfiança em relação ao centro do sistema, as populações dos demais países do Leste Europeu protagonizaram uma onda de mobilizações democráticas contra os regimes autoritários locais dirigidos por partidos comunistas únicos, essa onda se propagou da periferia ao centro do sistema, exercendo enorme pressão por reformas democráticas na URSS como a Perestroika ("reestruturação"), previa a reforma económica, a democratização controlada do sistema político, o desarmamento e a diminuição da influência soviética nos países do Leste europeu. A outra, denominada Glasnost("transparência"), concedia liberdade de imprensa e de opinião, afrouxando o controlo da burocracia estatal sobre a população.

Económico
De uma maneira geral, dentro da URSS não se estimulavam preconceitos raciais mais arraigados. Por muito tempo, a URSS foi caracterizada por muitos ideólogos interessados como um império. Entretanto, pelo menos em termos económicos, funcionava nela uma espécie de nacionalismo ao reverso, com a União e a principal república, a Rússia subsidiando e mantendo um severo deficit nas trocas com as repúblicas menores, com os países do COMECOM e inclusive com países distantes como Cuba, que recebiam, por exemplo, petróleo a preços bastante inferiores aos do mercado mundial.

Bibliografia
KURZ, Robert. O colapso da modernização: da derrocada do socialismo de caserna à
Crise da economia mundial. São Paulo: Paz e Terra, 1999
ARRUDA, J.J. História Moderna e Contemporânea. 23ª ed. Editora Ática, São Paulo.1990.RODRIGUES, Robério Paulino. O colapso da URSS. Um estudo das causas. São Paulo, 2006;
Mazrui e Christophe Wondji. História geral da África, VIII: África desde 1935, Brasília: UNESCO, 2010.KURZ, Robert. O colapso da modernização: da derrocada do socialismo de caserna à Crise da economia mundial. São Paulo, 1999.

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